por Márcia Alves


 


O Sincopetro, tanto quanto suas regionais estaduais, sempre estiveram envolvidos em ações de responsabilidade social. Doações de cestas básicas, campanhas de arrecadação de alimentos e outras formas de ajuda aos mais necessitados são uma marca de todas as gestões da entidade. Uma dessas iniciativas, porém, da regional do Sincopetro de Bauru, chama a atenção pela enorme dose de boa vontade do seu presidente, José Antonio Reghine, e diretoria, que não têm medidos esforços para implementar uma inusitada idéia, apesar dos percalços enfrentados.


Tudo começou com o apelo feito pela Câmara Municipal de Bauru às entidades locais, durante uma reunião no dia 12 de setembro, para a adesão a uma campanha de angariação de recursos, destinados à construção de um novo albergue. Com o crescimento da cidade, o atual abrigo construído há 50 anos, segundo Reghine, já não comporta mais os inúmeros migrantes da cidade, oferecendo, no máximo, o amparo por um dia. Além de instalações maiores, o novo albergue, orçado em R$ 575 mil, deverá oferecer cursos profissionalizantes e encaminhamento social.


Representando o Sincopetro na fatídica reunião na Câmara Municipal, o diretor Edivaldo Tuschi ouviu muitas sugestões, mas a maioria impraticável. Até que ele teve a idéia de engajar na campanha os postos associados da região, propondo o repasse de um centavo sobre cada litro de gasolina e etanol vendidos pelos estabelecimentos, durante dois meses. Reghine conta que, logo após ouvir a proposta de Tuschi, um longo silêncio pairou entre os participantes da reunião na Câmara. “Creio que não fizeram as contas”, brinca. Mas, ao esclarecer, em seguida, que tal repasse representava recursos de aproximadamente R$ 150 mil por mês, chegou a ser aplaudido.


Obstáculos


Porém, a implementação da proposta dependia da participação das distribuidoras, que se encarregariam apenas de recolher a diferença de preço sobre cada do litro de combustíveis vendidos aos postos por um centavo a mais. Mas, de acordo com Reghini, alegando dificuldades para cumprir essa parte, as distribuidoras se negaram a participar. Por isso, ele disse que resolveu partir para o plano B. “Agora, vamos estabelecer um valor de contribuição por posto, que não será tanto quanto projetamos inicialmente, mas que ajudará na construção do albergue”, disse. Ele garante que não vai desistir. “Temos grandes problemas a resolver na revenda, mas tem gente em situação pior, que podemos ajudar”, acrescenta.