por Denise de Almeida
Muito além das discussões sobre os preços do etanol e da gasolina, que abrem cada vez mais espaço para o uso do gás natural como combustível no Brasil, o produto ganhou ainda mais força como fonte de energia após decisão da Alemanha e de outros países europeus de rejeitar a energia nuclear com o desmantelamento de seus reatores.
Aqui no Brasil, depois de três anos de queda, o número de adaptações de motores para poder circular com o gás natural voltou a crescer. Segundo o Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), em janeiro, 2.191 veículos foram adaptados para poderem ter o GNV como combustível. Em abril, foram 3.856. E a expectativa é que o número de conversões tenha passado de 4.000 em maio, disse o presidente da Associação Latinoamericana de GNV, Rosalino Fernandes.
No início de junho, enquanto o litro de etanol custava em média R$ 1,981 e o de gasolina, R$ 2,813, o metro cúbico do GNV estava por volta de R$ 1,633, de acordo com levantamento da ANP.
Projeto agrava pena para adulteração de combustível em postos
Tramita na Câmara dos Deputados, em Brasília, projeto de lei nº 517/11, de autoria do deputado Dr. Aluizio (PV-RJ), que torna mais rígida a punição para postos de gasolina que adulterarem combustíveis. Hoje, a lei em vigor (8.176/91) determina pena de um a cinco anos de detenção para quem compra, vende ou revende derivados de petróleo ou gás em desacordo com as normas legais. Pela proposta, se a adulteração ocorrer nos postos, a punição aumenta para dois a seis anos de reclusão, além de multa.
Em sua justificativa, o deputado afirma ser esta prática um crime gravíssimo, que prejudica a camada mais pobre da população, com grande impacto sobre aqueles que possuem carros com menor inovação tecnológica e que tem menos condições de fazerem reparos aos danos provocados pelo uso de combustível adulterado.
A proposta, que aguarda análise pelo Plenário, tramita apensada a outros dois projetos de lei (1336/03 e 2498/03), o último, inclusive, originário da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara que investigou, em 2003, a máfia da adulteração de combustíveis no país.