por Denise de Almeida


 



A primeira competição da temporada 2010 de Fórmula Indy, acontecida em 14 de março no circuito do Anhembi, em São Paulo, além de reunir, pela primeira vez, milhares de fãs apaixonados por automobilismo no Sambódromo, trouxe um fato curioso: o abastecimento dos carros foi feito integralmente com etanol brasileiro.


O biocombustível vem sendo usado na competição desde 2007, mas só agora tornou-se oficial, e deve dar a oportunidade ao país de estreitar relações com os Estados Unidos para tentar garantir a redução da tarifa de importação do etanol brasileiro cobrada pelo país, pelo menos até 31 de dezembro, segundo declarou à imprensa o presidente da União das Indústrias da Cana-de-Açúcar (Unica), Marcos Jank. A ideia, segundo ele, é continuar chamando a atenção para o fato de o etanol de cana ter muito mais capacidade de reduzir as emissões de gás carbônico do que o feito a partir do milho, produzido pelos americanos.


Com o negócio, espera-se que os produtores brasileiros forneçam boa parte dos milhares de litros de etanol usados na Fórmula Indy por temporada. O calendário tem 17 provas previstas. Além de São Paulo, há 13 etapas nos EUA, duas no Canadá e uma no Japão.


Além da Fórmula Indy, outra categoria, a Stock Car, também vai usar o etanol brasileiro em seus carros em 2010.


 


O charme do circuito paulista


 


A São Paulo Indy 300 foi a primeira corrida de rua da IndyCar Series na América Latina. O traçado criado pelo projetista neozelandês Tony Cotman teve 4.180 metros de extensão, na região do Sambódromo do Anhembi, zona norte da cidade, com direito a maior reta de todo o calendário da temporada, de 1.500 metros na Marginal Tietê, onde os carros superaram a barreira dos 300 km/h. “Na verdade, é a reta mais longa em que a Fórmula Indy já correu”, afirmou Cotman.


Ainda na fase da execução do desenho da pista, Cotman disse que um dos destaques que mais lhe agradaram no traçado paulistano foi a realização de pontos de ultrapassagem. Mas o grande diferencial, segundo explicou, esteve em passar no meio do Sambódromo, “um local que envolve uma atmosfera que não há em nenhum outro lugar e que deu à prova um aspecto legitimamente brasileiro’, disse. “Acho que marcará a memória de todos os que acompanham a categoria pelo mundo”, declarou o projetista antes da corrida.


A São Paulo Indy 300 passou a chamar-se oficialmente Circuito do Anhembi. Aliás, o nome São Paulo Indy 300 fez referência à extensão da prova em quilômetros. Além de passar dos 300 km/h, os pilotos percorreram 300 quilômetros no total.


O acordo prevê a permanência da etapa sul-americana da F-Indy na capital paulista até 2014.


São Paulo é a única cidade do mundo a receber as duas principais categorias do esporte – a outra é a Fórmula 1.