por Denise de Almeida


 


Segundo dados do Banco Central, o volume de cheques compensados no país diminuiu 78,8% entre maio de 1994 e fevereiro do ano passado. Só para se ter uma ideia, entre 1992 e 1994, a média de cheques compensados mensalmente variou entre 310 mil e 445 mil cheques.  Mas, a partir de junho de 1995, com a entrada em vigor do Plano Real, esse volume não ultrapassou os 300 mil cheques mensais e, nos últimos sete anos, o patamar ficou em torno de 100 mil, chegando a um mínimo de 94 mil cheques compensados em fevereiro do ano passado.


A estabilidade econômica, que acabou gerando outras demandas de consumo, e a conseqüente popularização dos cartões de crédito e débito, que praticamente substituíram o famoso ‘cheque-pré’, são apontados como os causadores da diminuição do uso do cheque.


No entanto, ao contrário do Reino Unido, onde o talão de cheques irá se aposentar até 2018, no Brasil, ele deve permanecer no mercado pelos próximos 30 anos, segundo Nabil Sahyoun, presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop).


Sahyoun destaca que, apesar de o cartão de crédito ser mais prático e seguro, pela conveniência do formato e pela cultura que criou entre os brasileiros, o cheque “nunca vai acabar”.


Da mesma opinião partilha o assessor técnico da Febraban, Walter Tadeu, que diz que, assim como nos Estados Unidos, onde, apesar do grande volume de plásticos o cheque ainda permanece, por aqui também o talonário terá seu espaço garantido. “Não dá para dizer que no Brasil o cheque esteja no fim. O que pode acontecer é que o cheque poderá dividir o mercado com outras formas de pagamento”, afirma.