por Cristiane Collich Sampaio

Os dirigíveis geravam exclamações de espanto ao cruzar os céus nas primeiras décadas do século XX. Em 1936, o LZ 129 Hindenburg chegou ao Brasil. O Zeppelin, como passou a ser conhecido por aqui, foi construído na Alemanha nazista: era impulsionado por motores a diesel e sustentado no ar por 200 mil m3 de hidrogênio, podendo transportar até 111 pessoas, entre tripulantes e passageiros. Medindo 245 m de comprimento e com autonomia de 14 mil km, sua velocidade podia chegar a 135 km/h.

Porém, ao se incendiar em 1937, nos Estados Unidos, suas labaredas também queimaram o projeto germânico dos dirigíveis.

Mas a idéia não foi esquecida e versões renovadas do antigo Zeppelin já estão em produção em diferentes partes do mundo. Trata-se de veículos híbridos, que também trazem características de helicóptero, avião e hidroavião.

Recentemente, a BBC divulgou que a empresa Hybrid Air Vehicles está testando na Grã-Bretanha um protótipo que dispensa tripulação, podendo ser conduzido remotamente.

O modelo final – já negociado com as forças armadas norte-americanas por US$ 500 milhões – deverá ter 300 m de comprimento e capacidade para transportar até mil toneladas. O primeiro exemplar deve começar a operar nos próximos meses.

O veículo, que é capaz de voar por até três semanas seguidas, poderá ser útil para monitorar regiões de conflito, além de ter outras aplicações, já que despertou o interesse de companhias de petróleo e mineradoras. Mas, segundo o empresário Gordon Taylor, da Hybrid Air Vehicles, também é ideal para campanhas humanitárias, no transporte de suprimentos para vítimas de desastres naturais, por exemplo.