Por Denise de Almeida

Para-choques de tampinhas,  tapetes de garrafa PET e porta-malas com fibras vegetais são apenas alguns dos dispositivos que montadoras de automóveis do mundo inteiro, inclusive do Brasil,  estão usando para compor seus modelos.

O apelo,  é claro, visa salvar o planeta de um temido desastre ecológico com a criação de tecnologias sustentáveis.  Porém, na busca por soluções verdes,  a indústria automotiva acabou descobrindo que ser ambientalmente correto, em alguns casos,  pode sair até mais barato do que usar materiais e tecnologias que poluem o planeta.

É o caso da PSA Peugeot Citroën, que reduziu em 20% o seu custo de produção ao substituir o uso de polímeros derivados do petróleo por fibra vegetal na confecção de tampas de porta-malas,  tampinhas de plástico de refrigerante nos para-choques do modelo C4  e garrafas PET na confecção do revestimento de teto do C3.  

Na General Motors, cerca de 8% dos para-choques dos veículos produzidos pela montadora possuem plásticos reciclados em sua composição.  E, dos pneus,  extrai-se granulado de borracha, aço e massa de borracha,  que servem como insumo para diversos produtos.

Ainda assim,  os automóveis produzidos no Brasil empregam quatro vezes menos materiais ecológicos e/ou com fibras naturais que as montadoras da Europa,  segundo Evandro Kunst,  diretor-executivo da Artecola, que fornece ecofibra para a produção de veículos.  “Utilizamos mais materiais verdes que há um ou dois anos,  mas ainda há muito espaço a ser preenchido por matérias-primas que misturam polímeros e fibras naturais”,  afirma.