No dia 5 de setembro, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) realizou uma audiência pública para discutir com o setor a minuta de resolução que trata da criação de contratos para a comercialização de álcool anidro entre usinas produtoras e distribuidoras de combustíveis. A proposta inicial da agência, conforme explicou seu superintendente de Abastecimento, Roberto Furian Ardenghy, prevê a contratação prévia de pelo menos 70% do volume anual de álcool anidro utilizado pelas distribuidoras para a produção da gasolina C, de forma a garantir o abastecimento interno e a estabilidade de preços.


O setor sucroalcooleiro aplaudiu a medida, pois esta dá segurança às usinas. As distribuidoras, no entanto, defendem a continuidade do modelo atual, no qual cerca de 80% das vendas é realizadas no mercado spot.


Ardenghy argumenta que diferentemente do que ocorre com outros combustíveis, no álcool é baixo o volume de contratações prévias, lembrando que no mercado spot os preços são mais voláteis.


“Temos de ter claro que álcool não é uma commodity agrícola, é um combustível que tem papel estratégico. Ainda estamos estudando a medida, os percentuais, mas podemos assegurar que não vamos abrir mão do controle”, adverte.


O novo sistema, caso venha a ser aplicado, também deverá ter repercussões positivas sobre o comércio irregular do produto. Trata-se mais uma das frentes de atuação da agência – ao lado da adição de corante e maior fiscalização nas usinas – para coibir o mercado clandestino.


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