por Márcia Alves


 


Uma operação de fiscalização em postos de combustíveis do Rio de Janeiro, realizada entre maio e junho pela Delegacia de Defesa de Serviços Delegados (DDSD), órgão vinculado à Policia Civil, apresentou um resultado surpreendente. De acordo com o jornal O Dia, os fiscais detectaram, com a ajuda de um ?equipamento de fabricação alemã? recém-adquirido, um tipo inédito de fraude em bombas de GNV. Segundo a reportagem, o novo aparelho detectou uma perda no abastecimento entre 3% e 4%, quando a margem tolerada é de até 2%. A própria Agencia Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), consultada pelo jornal, não quis se manifestar sobre a fraude apurada, alegando não ter participado da operação e, ainda, desconhecer o equipamento.


 


Entretanto, a suposta fraude apurada pela DDSD e divulgada na imprensa pode ser apenas uma desregulagem no dispenser de GNV, na opinião dos técnicos do Instituto de Pesos e Medidas (Ipem) de São Paulo. Ocorre que o equipamento adquirido pela delegacia e desconhecido da ANP é, na verdade, o principal instrumento utilizado por todos os Ipems do país na fiscalização de postos de GNV. Trata-se de um equipamento nacional, dotado de tecnologia alemã e fabricado pela Metroval, principal fornecedora dos Ipems. Acondicionado em maleta de alumínio sobre rodas, o medidor mássico verifica a exatidão dos dispensers de abastecimento e ajusta a dosagem aos padrões nacionais. ?Temos clientes entre as redes de postos também, que utilizam o sistema para calibrar os dispensers, evitando multas?, informou um técnico da Metroval.


 


Nos casos em que há diferença entre o volume de GNV fornecido e o faturado, a técnica do Ipem-SP, Maria da Glória, diz que prefere acreditar em desregulagem do equipamento a má-fé do revendedor. Até porque, segundo ela, na maioria dos casos, a diferença é para mais, beneficiando o consumidor. Nem mesmo quando se verifica pequena alteração na pressão do dispenser os técnicos do Ipem são tão severos. ?Por enquanto, apenas orientamos a correção?, afirma Maria da Glória. Por experiência ela considera que a fraude em GNV ainda é ?quase impossível?.