por Márcia Alves

Faz tempo que a profissão de frentista deixou de ser predominantemente masculina. Aliás, aos poucos, as mulheres estão tomando conta da pista. Estima-se que elas já componham quase 30% do total de profissionais da área. “Elas trabalham melhor, são mais dedicadas, atenciosas e até superam os homens em algumas tarefas”, garante Luciano Mendes Campos, proprietário do Auto Posto Evolution, localizado no Tatuapé, bairro da zona Leste da capital paulista. Desde que adquiriu o posto, há três anos, Luciano fez questão de investir na contratação de mulheres. Hoje, dos 12 funcionários, apenas dois são do sexo masculino. Segundo ele, as frentistas realizam todos os trabalhos, inclusive troca de óleo.  E detalhe: “com perfeição”, afirma.

Frentista: profissão para mulheres

Kátia Lima, 27 anos, trabalha como frentista há 10 anos, os dois últimos anos no posto Evolution. Apesar de residir distante, o que a obriga a percorrer no mínimo 20 km todos os dias para chegar ao local, e de cumprir uma rotina de 12 horas diárias de trabalho, ela afirma que gosta do que faz.  “Essa é a profissão com a qual mais me identifiquei, porque gosto muito de trabalhar ao ar livre e com o público”, diz. Segundo Kátia, os clientes preferem ser atendidos por mulheres. “Somos mais delicadas e atenciosas”, diz.

O Evolution foi o primeiro emprego de Gislaine Alegro Rodrigues, 23 anos. Há cinco anos como frentista, ela também valoriza a “liberdade” que a profissão lhe proporciona. “Não me vejo trabalhando presa”, diz. Outro atrativo da profissão, segundo ela, foi a oportunidade de ampliar sua rede de relacionamentos. “Conheço a maioria das pessoas que mora na região e criei muitos laços de amizade”, diz. Gislaine acredita que sua popularidade na região é alta. “Os clientes me conhecem e confiam no meu trabalho”, gaba-se. Para ela, o aumento de mulheres na profissão não é apenas uma estratégia dos postos para vender mais. “As mulheres trabalham melhor, porque sempre querem fazer bem feito”, acredita.

Apesar de trabalhar há 10 anos como frentista, Ana Paula Oliveira, 31 anos, está apenas há quatro meses no Evolution. Ela conta que nos outros postos em que trabalhou sempre havia uma, duas ou no máximo três mulheres frentistas, mas o Evolution se superou nesse quesito. Para Ana Paula, a profissão de frentista é mais feminina do que masculina. “Além de as mulheres trabalharem melhor, são preferidas pelos clientes”, diz.