por Denise de Almeida

Oito meses após o início da ampliação da oferta do diesel S-50 em todo o Brasil, para atender aos novos modelos de caminhões e ônibus produzidos de acordo com exigências do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve 7),  o consumo e demanda pelo produto vem crescendo gradativa e mais lentamente do que gostariam os milhares de revendedores que estão obrigados a comercializar o combustível.

Segundo a  Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea),  no primeiro semestre foram fabricados 62,9 mil caminhões equipados com as modificações tecnológicas em seus motores, queda de 15,1% em relação ao mesmo período do ano de 2011, quando foram comercializadas 70,4 mil unidades.  A perspectiva, no entanto, é que na medida em que o estoque de modelos produzidos com tecnologia anterior se esgote, a demanda se normalize.

Ainda assim, no mês de junho, a participação do S-50 chegou a 9,35% das vendas de diesel, de acordo com o Sindicom, com 351 mil metros cúbicos vendidos em todo o país. Melhor  resultado desde janeiro,  segundo a entidade.

A despeito da leve empolgação que toma conta do mercado, entretanto, para os donos de  postos que revendem o combustível a demanda ainda é muito fraca  – principalmente em  função de seu alto custo para o transportador, cerca de R$ 0,12 mais caro que o diesel  comum –,  o que faz com que o produto acabe degradando no tanque e ficando impróprio  para comercialização.

O ideal, na opinião de José Alberto Paiva Gouveia, presidente do Sincopetro, seria equalizar momentaneamente seu preço ao do diesel comum, para que também os caminhoneiros que não rodam com o S-50 conheçam as vantagens do produto, garantindo, assim, a demanda pelo novo diesel.  A sugestão, aliás, foi enviada à  Agência Nacional do  Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Até que o mercado absorva as obrigatoriedades da lei, continua a orientação aos revendedores que comercializam o S-50 para que promovam, frequentemente, a limpeza e drenagem dos tanques de armazenamento do  combustível, além de – importantíssimo! –  coletar e guardar a amostra-testemunha do carregamento do produto, já que ela é a única prova de que o  produto foi recebido dentro (ou fora) das especificações.