por Denise de Almeida


 


Entre 1968 e 1971, em meio ao movimento engajado do Cinema Novo, o então ator e cantor Roberto Carlos marcou o cinema popular brasileiro estrelando três grandes produções nacionais.


Dirigidos por Roberto Farias, os três filmes – que eram para ser cinco – foram resultado de um contrato do fotógrafo Jean Manzon, e não só marcaram a carreira cinematográfica do Rei, como também muitas de suas canções.


Apesar de raros, foram lançados em DVD no Brasil.


 


Roberto Carlos em Ritmo de Aventura 


 


Na primeira superprodução, o Rei se vê perseguido, em várias cenas perigosas, por bandidos internacionais que querem levá-lo para os Estados Unidos. Em uma seqüência inesquecível, o cantor passa de helicóptero por dentro do Túnel do Pasmado, no Rio de Janeiro. Também no elenco, José Lewgoy, Reginaldo Faria e David Cardoso. 


A trilha sonora vem do disco de mesmo nome, com canções de destaque, como “Eu Sou Terrível”, “Como é Grande o Meu Amor Por Você”, “Quando” e “Por isso Eu Corro Demais”. O LP foi eleito em uma lista da versão brasileira da revista Rolling Stone como o 24º melhor disco brasileiro de todos os tempos. 


 


Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-Rosa 


 


Rodado em Israel, Japão, Portugal e Brasil, o filme mostra os três maiores ídolos da Jovem Guarda (Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléia) vivendo uma série de aventuras por causa de um valioso diamante cor-de-rosa, cujo mapa para descobri-lo está escondido dentro de uma estatueta, comprada pelo trio. Em suas investigações, descobrem que o diamante pode ter sido levado para o Brasil e, ao traduzir o mapa, Roberto acha que o lugar descrito está na Baia de Guanabara. 


Ao som das canções do trio líder da Jovem Guarda, desfeito anteriormente, este foi um dos maiores êxitos de bilheteria da época. Nele, Roberto lançou diversos sucessos, como “Não Vou Ficar”, de Tim Maia, “É Preciso Saber Viver” e “As Curvas da Estrada de Santos”. 


 


Roberto Carlos a 300 Quilômetros por Hora 


 


O último filme da trilogia traz Roberto Carlos como Lalo, tímido mecânico de automóveis que ama em segredo a namorada de seu patrão e quer ser piloto de automobilismo, sonhos que divide com seu melhor amigo, Pedro Navalha (Erasmo Carlos). O patrão dos dois, Rodolfo (personagem vivido por Raul Cortez), é um piloto que não consegue mais correr desde que um acidente o deixou traumatizado. Com sua desistência na disputa pela Taça Brasil, em Interlagos, Pedro planeja fazer com que Lalo corra no lugar do patrão. 


Neste filme, considerado o melhor de sua carreira, o Rei não canta em cena. As canções acompanham suas aventuras na trilha sonora, onde “De Tanto Amor” é o maior destaque.