Márcia Alves


 


Com a ajuda de revendedores, a Posto de Observação conseguiu levantar alguns dos principais ralos por onde escoam os recursos dos postos. Não há surpresa. Acompanhar a tendência de preços da concorrência vizinha, a famosa guerra de preços, faz o posto perder dinheiro. Prejuízo ainda maior pode acontecer durante o licenciamento ambiental, com laudos errados, má avaliação de passivo ou instalação de equipamento não certificado. Outros ralos, como os custos bancários, processos trabalhistas e inadimplência também entram nessa lista. Isso, sem contar os pecados administrativos, como mau atendimento, desperdício, falta de liderança etc. Mas, há meios de solucionar qualquer um desses problemas, garantem os especialistas em comércio varejista ouvidos pela revista.


 


De olho no prejuízo


O problema: GUERRA DE PREÇOS


A situação: Acompanhar a tendência de preços para baixo ditada pela concorrência.


Solução: Para fugir dessa armadilha, o posto deve ter uma imagem forte e consolidada no mercado. Mas, entenda-se como imagem a percepção que os clientes possuem do posto e, conseqüentemente, da marca, produtos, serviços e atendimento. Essa percepção é formada por alguns aspectos, como a fachada do estabelecimento, a qualidade dos produtos, o uniforme dos funcionários, o atendimento pessoal e o visual e a limpeza do local. O mais importante é que todos os aspectos com os quais os consumidores têm contato estejam alinhados e transmitam a mesma imagem.


 


O problema: ADEQUAÇÃO AMBIENTAL


A situação: O custo final de um licenciamento, incluindo avaliação de passivo ambiental, oscila entre R$ 12 mil e R$ 15 mil, e no caso de uma reforma completa esse valor pode chegar a R$ 150 mil. Mas, os gastos podem ser maiores se houver a instalação de equipamento não certificado ou reprovação de laudos ambientais feitos por empresas não qualificadas.


Solução: Por enquanto, apenas a fabricação de tanques foi certificada pelo Inmetro. Para não ser obrigado a trocar tanques já instalados, o revendedor pode conferir no site do Inmetro (www.inmetro.gov.br) , no menu direito em “Produtos e Serviços com conformidade avaliada” ou diretamente no link (www.inmetro.gov.br/prodcert/) quais os produtos, serviços e empresas da área de combustíveis certificados.


 


O problema: PASSIVO TRABALHISTA


A situação: Uma pesquisa apurou que 94% das empresas brasileiras enfrentam problemas de reclamações trabalhistas. Por mais correta que a empresa seja, pode haver um ou outro motivo que dê margem à contestação, como chefes que tratam seus colaboradores com rigor excessivo e mal-humor. Magoados, muitos funcionários, quando demitidos, buscam a justiça mais como um meio de punição.


Solução: Considerando que os postos não fogem à regra, a melhor maneira de evitar problemas trabalhistas é incentivar e valorizar os funcionários, para que se sintam comprometidos com os objetivos do negócio e parte integrante dele. É necessário criar um clima harmonioso, de credibilidade, em que haja um verdadeiro trabalho em equipe e que os funcionários sintam que não só os interesses do posto estão em jogo, mas também o bem-estar do próximo. Ainda é necessário gerar motivação e criar motivos para ação.


 


O problema: INADIMPLÊNCIA


A situação: Recebimento de cheques sem fundos.


Solução: Adotar regras preventivas, como exigir a apresentação de documentos pessoais; utilizar os serviços de consulta de cheque; e manter atualizados os dados cadastrais do cliente, mesmo que seja antigo etc. Nenhum posto é obrigado a aceitar cheques, desde que informe claramente, por meio de cartaz afixado em local facilmente visualizado. Os dizeres podem ser: “Só aceitamos cheques mediante apresentação de CPF e RG e consulta”. Também é preciso ficar atento ao golpe do cheque falso. Como as instituições bancárias não assumem o prejuízo, a conta fica para o revendedor. Para que os falsários não tenham acesso a informações comerciais, o revendedor deve manter os dados pessoais dos clientes em cadastro próprio e não no verso do cheque.


 


O problema: TARIFAS BANCÁRIAS


A situação: Um levantamento do site InfoMoney comprovou: os bancos abusam na cobrança de tarifas. Entre janeiro e setembro deste ano, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), ficou em 1,16%, enquanto algumas cobranças chegaram a crescer mais de 60%. Calcula-se que a pessoa física pague 61 serviços bancários, dos quais 53 tiveram seus valores elevados acima da inflação.


Solução: Pesquisar detalhadamente as tarifas, que devem estar disponíveis nas agências bancárias e na Internet, e acompanhar a cobrança nos extratos mensais. Pela lei, os bancos são obrigados a oferecer alguns serviços gratuitos, como fornecimento dos documentos que liberem garantias de qualquer espécie; devolução de cheques, exceto se por motivo de insuficiência de fundos, hipótese em que a cobrança somente poderá recair sobre o emitente do cheque; fornecimento de um extrato mensal etc. Uma saída é utilizar menos bancos e negociar um pacote de tarifas conforme a necessidade.


marcia@postonet.com.br