por Cristiane Collich Sampaio


 


A velocidade alcançada, o inconfundível ronco dos motores, a alta tecnologia empregada, sua estabilidade, o design único e o fascínio que envolve uma marca que acumula cerca de duzentas vitórias na Fórmula 1 (F1) desde seu início, em 1950. Admirada nas pistas e nas ruas de todo o mundo, a Ferrari é um ícone mundial. Os modelos esportivos da Rossa são obras-de-arte singulares, finalizadas artesanalmente para atender aos caprichos dos raros e abonados compradores, já que modelos mais recentes, mesmo usados, facilmente superam a casa de R$ 1 milhão.


Em 2006, com um aumento de produção de 5% em relação ao ano anterior, a Ferrari entregou pessoalmente 5700 veículos nas mãos de seus clientes, que recebem atendimento personalizado – com direito a visitar a fábrica e testar seu próprio carro na pista, em Maranello (Itália) – e assistência técnica e assessoria internacional, extensiva a colecionadores. No Brasil, os compradores também podem dar um passeio no Autódromo de Interlagos.


A F1 é o campo de provas de muitas das inovações aplicadas aos modelos esportivos de alta performance. Mas esse é apenas um dos aspectos que fazem da marca um sucesso mundial. Dotadas de tecnologia de ponta e construídas com zelo minicioso, essas macchine são símbolo de status e estilo requintado. Possuir uma Ferrari é, para muitos, o mais caro objeto de desejo e dirigi-la, um prazer incomparável.


 


Para provocar...


 


Já é tido como certo o lançamento, em setembro, do modelo F430 Scuderia, uma variação 100 kg mais leve que o F430 convencional. E, pelos boatos, será apresentado pelo ex-piloto da Ferrari na F1, Michael Schumacher, no Salão de Frankfurt (Alemanha).


Pelas informações da imprensa especializada, nesse novo superesportivo de dois lugares, a redução de peso estrutural foi enfatizada, assim como a riqueza de detalhes no acabamento, sem contar as novidades tecnológicas. Com 1250 kg e relação peso/potência de 2,45 kg/cv, a nova série traz o mesmo motor dos demais, porém com 20 cv a mais que a versão cupê. Além disso, entre as novas tecnologias embarcadas o Scuderia possui um software originado nos monopostos da F1, o qual é capaz de trocar marchar em 60 milésimos de segundo, e um novo controle de tração, que combina, num único dispositivo, o diferencial eletrônico, o sistema de tração e o controle de estabilidade.


 


Um pouco de história  


Fundada em Modena (Itália), em 1929, por Enzo Ferrari, a Scuderia Ferrari iniciou sua trajetória patrocinando pilotos em carros que não levavam essa marca. Em 43, numa cidadezinha próxima, tem início a construção da fábrica, que ficou conhecida como Casa di Maranello. Mas foi somente em 46, com o fim da Segunda Guerra Mundial, que a fábrica, destruída por bombardeios, foi reconstruída e a empresa adotou o nome Ferrari.


No primeiro campeonato mundial de F1, a escuderia já estava presente e dois anos mais tarde, em 52, com o piloto Alberto Ascari, ganhava a competição internacional.


Em 1969, a Fiat adquiriu 50% das ações de Enzo Ferrari e desde 88 somente 10% permanecem com a família do fundador. A também italiana Maserati, uma forte concorrente, que já pertencia a Fiat, em 97 passa a integrar o grupo.


Hoje a Ferrari é uma das poucas equipes remanescentes do início da F1, e a mais vitoriosa, com cerca de 200 prêmios ganhos. Sua mais recente fase de ouro começou em 97, com o monoposto com motor V10, pilotado por Michael Schumacher, o qual abandonou as pistas no ano passado.


Resta saber se, depois das últimas vitórias, Felipe Massa e Kimi Raikkonen têm chances de repetir a trajetória de Schumacher na F1, retomando a boa fase da scuderia. (CCS)