por Denise de Almeida
Em
O modelo, claramente copiado do Mustang, tinha nascido três anos antes, nos EUA, com motores de 2,8 e
No Brasil, porém, sua trajetória seria muito diferente.
Maverick, que na tradução livre do inglês, significa inovador, contrário às tradições, foi lançado no Brasil como a fórmula contra a rotina, mas em meio à primeira crise mundial do petróleo, ocasião em que os preços dos combustíveis dispararam e a gasolina sumiu dos postos. E, apesar do acabamento primoroso, robustez na construção, conforto e estabilidade, que ajudavam na tocada mais esportiva, o Maverick tinha o fatídico motor 6 cilindros, que consumia excessivamente e não trazia a performance esperada e anunciada pela Ford, conta Rodrigo Lombardi, proprietário de um Maverick 1978 Super Luxo, 2.3 OHC, e fundador do Maverick Clube do Brasil.
Para ele, embora fosse um excelente carro, foi lançado com o motor errado, na época mundial errada. Costumamos dizer que o 6 cilindros bebe mais que o V8 e anda menos que o 4 cilindros. Essa fama nasceu na época e, aliada à crise, fez com que muitos evitassem o Maverick, diz.
Rei dos pegas de rua e imbatível nas pistas de competição, nem mesmo com a mudança no motor e o lançamento de edições limitadas, a Ford não conseguiu mudar a imagem negativa, de motor fraco e bebedor, deixada pelo 6 cilindros.
Rodrigo ressalta que, enquanto viveu, o Maverick era desejado e cobiçado por muitos, mas adquirido por poucos. Tanto que, quando saiu de linha no Brasil, em 1979, contabilizava apenas 108.106 unidades vendidas por aqui.
Ainda assim, fez história e deixou uma legião de fãs e colecionadores. Como todos os carros de série, após o término de sua produção, ocorreu a desvalorização do modelo e, nos anos 80, centenas de Maverick foram vendidos como sucata, mesmo estando impecáveis, explica Rodrigo. Ele conta que o fato de não ser colecionável se resume a ainda ser um carro relativamente novo no mundo antigomobilista, e de fabricação nacional, o que cria um aspecto de carro fácil de achar a qualquer hora. Mas isso não é verdade, já que foram feitos menos de 110 mil Maverick, em oposição ao mais de 1 milhão de Opala produzidos, justifica.
Hoje, o Maverick Clube do Brasil calcula que menos de 10% destes carros estejam em circulação, sendo que São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná concentram a grande maioria dos remanescentes, entre, originais, personalizados, de competição etc.
Para reunir esses apaixonados pelo Maverick, o clube organiza encontros, acompanha e participa das competições da categoria. Nossa proposta é juntar os apaixonados, seus Mavericks, suas histórias, e auxiliar em restaurações, peças, ou apenas nos reunir para, principalmente, colocar o Maverick na rua, que sempre foi o seu lugar, finaliza Rodrigo.