por Cristiane Collich Sampaio


 


O Ford Mustang foi apresentado ao público no dia 17 de abril de 1964, nas versões cupê e conversível. Em seu primeiro dia de comercialização recebeu 22 mil encomendas, no final do ano as vendas totalizavam 126 mil unidades e em 1966, quase sem mudanças significativas, alcançava a marca de 1 milhão de unidades vendidas. Seu projeto foi desenvolvido para agradar a todos os gostos, com motores que podiam variar de um simples V6, de 2,8l, com 101hp de potência, até um robusto motor V8, de 4,8l, com potência de 271hp. Em meados de outubro daquele ano a Ford lançava a versão Fastback, que ratificou a preferência dos consumidores dos EUA pela marca do cavalo em disparada: ela ainda se conserva como um ícone, que alia design moderno, ágil e agressivo com alto desempenho.


Os pony cars ou muscle cars, compactos esportivos norte-americanos (pelos padrões de Detroit na época), como o Mustang, marcaram os anos 60, renovando conceitos. Nos anos 1967 e 1968 o carro modernizou seu estilo. É justamente um GT 390 Fastback 1968 que aparece numa fantástica sequência de perseguição do filme Bullitt, de 1968, reforçando o mito do carro. Tanto é verdade que em 2001 foi lançada uma edição comemorativa limitada do Mustang Bullitt, que reproduzia as linhas do modelo mostrado no filme.


 


Queda e ascensão


 


Devaneios à parte, o fato é que a partir dos anos 70 uma série de fatores contribui para o fim dos anos dourados do Mustang. Pressionada por restrições ao consumo, causadas pelas crises do petróleo e também pelo início das campanhas antipoluição e da resistência das seguradoras em formalizarem apólices para carros de alta potência, a Ford fez modificações no veículo – também nas linhas da carroceria, então mais conservadoras. Mas estas não agradaram aos consumidores.


A queda no prestígio e nas vendas quase levam o modelo à aposentadoria precoce. Mas a legião de fãs se rebelou e, em 1994, depois do sucesso de algumas reedições, surge uma geração reestilizada, a que se conhece hoje, que resgata o design esportivo e, em certa medida, o glamour de outrora. Apesar das mudanças, inclusive nas linhas, os modelos atuais se mantêm fiéis à concepção original, lançada em 1964.


Em 2009, seus 45 anos são comemorados com o lançamento da versão 2010 do Mustang Shelby GT500, que traz concepção arrojada. Com motor V8, de 5,4 l, 540 cv de potência máxima a 6.250 rpm e torque de 70,5 kgm, o modelo recebeu itens tecnológicos, como sistema de viva-voz e navegador de série, e outras inovações. Além dessa, ganhou uma versão personalizada e limitada a 45 unidades, o Iacocca Silver 45th Anniversary Edition, uma merecida homenagem a seu idealizador, Lee Iacocca.