por Márcia Alves

Trocar as telhas de uma construção por uma cobertura de terra e plantas, o conhecido telhado verde, é uma opção para quem valoriza beleza e sustentabilidade. Estudos de bioclimatismo indicam que o uso de coberturas vivas melhora em 30% as condições térmicas no interior da edificação, sem recorrer a sistemas de climatização ou ar-condicionado artificiais.

A vegetação também absorve e isola ruídos, melhorando a acústica e dispensando, em alguns casos, a colocação de forros. Também é possível captar a água da chuva e ainda auxiliar a drenagem. Isso porque as plantas e a terra do telhado funcionam como um filtro natural da água, que pode ser armazenada para o uso na irrigação de jardins ou no chuveiro.

Os telhados e as paredes verdes existem desde a década de 70. Nos Estados Unidos, uma das fábricas da Ford ostenta o título de maior telhado verde do mundo. Em Madri, na Espanha, a parede verde do museu Caja Forum fez sucesso mundo da arquitetura. No Brasil, o restaurante KAÁ, em São Paulo, possui uma grande parede com um jardim vertical.

Como construir

Em princípio, todos os telhados podem ser verdes, se forem construídos com essa finalidade. Se a casa já existe é mais difícil a adaptação, porém não é impossível. Mas, é importante contratar um engenheiro para avaliar se a estrutura da obra comporta o peso que será acrescentado. O custo inicial pode ser 30% maior do que um telhado convencional, mas a economia de energia pode compensar pelo aumento da vida útil de até 50%. A maneira mais simples de se construir um telhado verde é a impermeabilização de uma laje, que suporte 50 kg por m², seguida pela aplicação de uma cobertura de 5 a 10 cm de terra e grama.

Recentemente, algumas empresas lançaram soluções interessantes no mercado brasileiro. Todas utilizam tecnologias que se baseiam na aplicação de camadas sobrepostas, primeiramente de impermeabilizante, em geral do tipo anti-raízes, depois outra de drenagem, para armazenar parte da água da chuva que será usada pelas próprias plantas como reserva.

Por cima vem a camada de terra especial leve e adubada, que pode variar em espessura, e, finalmente, de vegetação rasteira, tipo grama ou outras espécies de forração. As espécies mais adequadas para o telhado verde são as que exigem pouca manutenção e poda. As mais rústicas de grama são mais comuns, bem como as plantas da família das suculentas, cujas folhas duras lembram pequenas palmas de cactos. É possível misturar flores e folhagens, mas exigirá manutenção permanente.