por Márcia Alves

O pernambucano Romero Britto, nascido em 1963, é um dos artistas mais bem-sucedidos do planeta. Sua arte, de formas geométricas e de um colorido contagiante é influenciada pela estética cubista, que tem Picasso como grande mestre. Seu estilo vibrante e alegre fez com que sua obra tivesse forte ligação com a publicidade.

Desde que foi contratado, em 1990, para criar os rótulos da bebida sueca Absolut Vodka explodiu no mundo das artes, conquistando fama e reconhecimento e encantando o mundo e as massas. Passou, então, a ser admirado e consumido em mais de 125 países.

Romero saiu do Brasil pela primeira vez em 1983, para uma temporada na Europa. A mudança definitiva para Miami só aconteceu cinco anos depois. Defensor da produção em massa, ele enxerga nos contratos de licenciamento uma forma de popularizar seu trabalho em pratos, guarda-chuvas, agendas, malas, joias e afins.

"Penso que a arte deve chegar perto, como a música, as cênicas, a TV, o cinema", opina. Ele considera que sem produção em série o artista cai no ostracismo. “Não acredito que a arte deva ficar restrita a poucos. Estou aberto a levar minha arte para as massas, não vou ficar criando só para ricos”, diz.

A primeira Galeria Romero Britto foi inaugurada em São Paulo, no ano de 2001, local que abriga obras e objetos de arte colecionáveis. Em 2007, o artista criou a “Fundação Romero Brito”. Em março deste ano inaugurou sua mais nova loja no Shopping Eldorado, que vende de canecas e gravatas até malas.

No entanto, a irmã do artista diz que a meta de Romero é vender muitas obras a preços mais acessíveis. "O trabalho do Romero não é uma obra vendida por milhões, mas para milhões. O que é uma grande diferença", diz.

Extremamente pirateado, ele não se incomoda com a massificação da sua arte. “Nunca imaginei que minha arte fosse ser tão copiada em todo mundo - em Cingapura, na China, no Japão, copiam em todos os lugares. Dá alegria ver crianças admirando meu trabalho e dizendo que as levei a pintar, mas quando vejo pessoas me roubando, fico triste. É complicado, mas tento lidar com isso”, diz.