A elevação do percentual do álcool na gasolina, de 23% para 25%, em vigor desde 1º de julho, resultou também na criação de um grupo de trabalho para estudar formas de minimizar os efeitos das flutuações do preço do álcool no mercado.


Formado pelos ministérios da Agricultura, Minas e Energia e por representantes do setor privado, o grupo irá trabalhar em três linhas de ação. A primeira deve se concentrar no estímulo para formação de contratos de longo prazo entre fornecedores e distribuidores de combustível. A segunda estratégia é a fixação de preços na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), e a terceira prevê a formação de estoques reguladores.


As constantes flutuações nos preços do produto são decorrentes, principalmente, do aumento da oferta de álcool no mercado. Com o início da colheita de cana-de-açúcar, a oferta do combustível cresceu, derrubando a cotação do álcool nas usinas em 18,3%, entre janeiro e maio deste ano.


 


Grupo Ultra traça estratégia de expansão


 


Depois de adquirir a rede de distribuição de combustíveis da Ipiranga no Sul e Sudeste, o grupo Ultra começa a traçar a sua estratégia de expansão. O presidente do grupo, Pedro Wongtschowski, afirmou que, embora a forma ainda não esteja definida, existe a intenção de atuar nas outras regiões do país. Como a Petrobras tem por cinco anos a licença para utilizar a marca Ipiranga no Norte, Nordeste Centro-Oeste, Wongtschowski não descarta a possibilidade de o grupo Ultra começar a montar no curto prazo uma rede com a bandeira Atlantic, adquirida em 1993 pela própria Ipiranga. "A marca Ipiranga foi comprada porque vale muito. A longo prazo será a nossa marca no setor de distribuição", assegura.


O grupo Ultra analisa ainda a possibilidade de aquisição de outras redes, mas também vê a possibilidade de crescer a partir do processo de regularização do mercado brasileiro de combustíveis, embandeirando postos hoje sem bandeira.


 


Mundo pode ter escassez de petróleo em cinco anos 


 


O mundo poderá viver uma escassez de petróleo em apenas cinco anos se a demanda pelo produto continuar subindo nos mercados emergentes e o cartel dos principais produtores, a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), continuar reticente em relação a produzir mais combustível.


O alerta consta do Relatório do Mercado Petroleiro no Médio Termo, produzido pela Agência Internacional de Energia (AIE), que acompanha o mercado de energia e aconselha 26 países industrializados em relação ao futuro.


O analista de petróleo e um dos autores do estudo, Eduardo López, disse à BBC que, nas condições atuais, a demanda por petróleo subiria de 31 milhões de barris diários de petróleo para algo em torno de 36 milhões de barris por dia em 2012.


"Esta escassez teria de ser resolvida de algum modo. Isso não quer dizer automaticamente que os preços subirão, poderia haver mais produção, por exemplo, ou menor demanda, se houver um acontecimento inesperado na economia mundial", afirmou. Mas, "se isto não se resolve com o tempo, se resolverá via preços", disse.


 


Impacto de biocombustíveis ainda será pequeno


 


A produção mundial de biocombustíveis - etanol e biodiesel - deve dobrar nos próximos cinco anos, com destaque para o Brasil devido à "rara vantagem competitiva em termos de custo de produção, agricultura e infra-estrutura". É o que aponta um relatório da Agência Internacional de Energia (AIE), que estima que a produção global pode dobrar para o equivalente em petróleo a 1,8 milhão de barris por dia até 2012 - uma previsão bem "cautelosa" e bem abaixo do potencial de capacidade de produção de 2,9 milhões de barris previsto até aquela data. No Brasil, a produção deve crescer mais rapidamente que em outros países, de 316 mil barris por dia em 2007 para 528 mil barris em 2012, chegando assim a um terço do total mundial.


A agência aponta várias razões para precaução no médio prazo. Uma delas, embora estime que o apoio político para os biocombustíveis aumentará, é a falta de engajamento de longo prazo e a possibilidade de que vários países deixem de manter subsídios para forçar os refinadores a misturar o biocombustível em seus produtos finais, e para investir na expansão de infra-estrutura e capacidade de refino.


A agência nota que, no momento, os preços das commodities continuam sendo mais favoráveis para sua utilização como alimentos do que como combustível, e na medida que essa tendência se inverter o impacto sobre o preço da terra aumentará.


Em todo caso, a AIE prevê aumento de 50% no fornecimento de biocombustível para transporte entre 2007-2012, num ritmo mais acelerado nos EUA.