por Denise de Almeida


 


Óleo de cozinha vai pro tanque


No Distrito Federal, o óleo usado de hotéis, restaurantes, indústrias e residências vai virar biodiesel. É que dentro de quatro meses deverá ser iniciada a operação da primeira usina de biodiesel do país a utiliza o óleo vegetal usado no processamento do produto.


Um terreno de 20 mil m2, em Ceilândia, foi cedido pelo Governo para abrigar as instalações da Eco Brasília Diesel, a Ecobrás. Estão sendo previstos investimentos da ordem de R$ 7 milhões para a construção e a compra de equipamentos da usina, para uma produção inicial de 50 mil litros por dia de 6-100 (um biodiesel muito puro), que deverá chegar a 300 mil litros no curto prazo.


Dos 10 mil restaurantes do Distrito Federal, cerca de 1,3 mil já se credenciaram para doar óleo usado de cozinha à usina, mas também os moradores podem participar da iniciativa. A Ecobrás entrega os recipientes nas residências e a coleta do produto é realizada por integrantes de cooperativas de catadores, aproveitando, dessa forma, a experiência de Brasília com a coleta de papel e gerando renda para uma infinidade de famílias. Quando a usina da Ecobrás entrar em funcionamento, deverá gerar 250 empregos diretos e 10 mil indiretos.


 



Dejetos suínos viram GNV 


Um projeto-piloto para gerar gás natural a partir de dejetos suínos está para ser iniciado em Capitão, município situado no Vale do Taquari, uma região de criação de porcos do estado do Rio Grande do Sul.


A iniciativa envolve a Companhia de Gás do Estado (Sulgás), a prefeitura local, 82 produtores e um investidor privado nacional. O projeto consiste na construção de uma unidade produtora em uma área de três hectares, a ser doada pela prefeitura, localizada em um raio de até sete quilômetros das propriedades. Nessa unidade será instalado um biodigestor, para a extração do metano gerado pelos dejetos, e um filtro para a purificação do gás, pois este produto, que será distribuído nos postos de GNV, deverá atender às especificações técnicas estabelecidas pela ANP.


A previsão é de uma produção de até 9 mil m3 por dia e que a unidade entre em operação no próximo ano, se todas as dificuldades forem superadas. Atualmente os postos do Vale do Taquari recebem GNV transportado por caminhão e a idéia é substituir o gás mineral pelo subproduto dos dejetos suínos, mantendo preços equivalentes.


De acordo com informações da Sulgás, o impacto ambiental positivo da destinação correta dos resíduos é tão importante quanto a ampliação do mercado de GNV em regiões não atendidas por gasodutos.