por Denise de Almeida



Como o objetivo de facilitar o comércio internacional do etanol, dando-lhe padrão mundial com possibilidade de se tornar uma commodity (produto primário negociado em bolsas de mercadorias), a força-tarefa integrada por técnicos de Brasil, União Européia e Estados Unidos concluiu a primeira etapa do trabalho de harmonização das especificações técnicas do produto.Segundo avaliação do grupo, das 15 especificações examinadas, oito são compatíveis aos três mercados, entre as quais a densidade e o teor de enxofre, de cobre e de aço. Seis são diferentes, mas podem ser alinhadas no curto prazo: acidez, conteúdo de fósforo e resíduos de evaporação. Contudo, há um item ainda não acordado: é o que diz respeito ao teor der água no etanol.


Enquanto os Estados Unidos defendem um teor de água no etanol em torno de 1%, e o Brasil em cerca de 0,5%, os países da União Européia querem limitar este teor de água presente no álcool a apenas 0,24%, o que, segundo o consultor de qualidade do Grupo Unica (União da Industria da Cana-de-Açúcar), José Felix Silva, representante dos produtores brasileiros na força-tarefa, pode significar uma redução em torno de 7% da produção total de álcool no país.


Ainda assim, o grupo vai continuar trabalhando para alinhar os diferentes padrões, harmonizar as especificações técnicas e avaliar custos. A meta é concluir essas ações até o fim de 2008, para que a análise das implicações para o comércio comece antes de dezembro e continue em 2009.


O documento também será apresentado aos outros possíveis parceiros no negócio de etanol, como a Índia, China e a África do Sul. (DA)