por Márcia Alves

O aumento do volume de importação de diesel e gasolina nos últimos anos provocou um gargalo na capacidade dos terminais de armazenamento de combustíveis. A importação de gasolina, por exemplo, que em

A publicação aponta que a popularização dos veículos de tecnologia flex-fuel coloca novos desafios para a capacidade de armazenamento e a eficiência na distribuição de gasolina. Isso porque, a grande penetração desses veículos no mercado nacional tornou a demanda por combustíveis bastante sensível aos preços, provocando movimentos bruscos de migração de um combustível para outro. O saldo desse movimento é o maior grau de imprevisibilidade da demanda e aumento do nível de estresse logístico.

Para agravar a situação, as refinarias também estão no seu limite de capacidade. Caso sejam implantadas, as refinarias Premium entrarão em operação de forma escalonada. Parte do processamento da refinaria Premium I (Maranhão) está previsto para entrar em operação em 2017, e parte em 2018. Da mesma forma, a refinaria Premium II (Ceará) terá capacidade total apenas em 2018. “As perspectivas de evolução da capacidade do parque de refino nacional não aliviam as pressões de curto prazo sobre a importação de derivados, e são dúvida mesmo em prazo mais longo, devido à indefinição sobre a realização de alguns projetos”, explica o estudo.

Por fim, o estudo da ANP conclui que o alívio no volume de importações de gasolina depende da recuperação da produção de etanol, bem como do direcionamento para o mercado interno dessa produção adicional. No momento, porém, há sinais econômicos apontando para o incentivo à exportação de etanol em 2013, mesmo em um cenário de reajustes dos preços da gasolina. Já no caso do diesel, que responde individualmente pelo maior volume de importações e por complicações adicionais para a logística de abastecimento com a penetração do S10 no mercado, segundo o estudo requer ativos dedicados para armazenagem e transporte.

2011 representava cerca de 8% do consumo do derivado, saltou para 12% no último ano. O resultado é que a necessidade de logística dos derivados aumentou 70% em apenas três anos (2008 a 2011). Considerando que essa tendência deverá ser mantida, o risco de desabastecimento sistêmico de combustíveis poderá se repetir em 2013 e também nos próximos anos. Estas são conclusões do estudo "Evolução do mercado de combustíveis e derivados: 2000-2012", recém-publicado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).