por Márcia Alves


 


Revendedor, você tem certeza de que a contabilidade do seu posto está correta? Se a resposta for sim, talvez nem seja necessário ler esta matéria até o fim. Mas, se tiver qualquer dúvida, por menor que seja, então acompanhe o que dois contabilistas especialistas em postos pensam sobre o assunto. Um deles é o sócio-gerente da Plumas Assessoria Contábil, Luiz Rinaldo Lopes de Almeida, o qual tem uma opinião bastante original sobre o papel: “costumo dizer que o contador é quase como um parente próximo do revendedor”.


O contador, na visão de Almeida, tem conquistado cada vez mais espaço e importância na atividade da revenda. Colaborou muito, a seu ver, a implantação obrigatória da certificação digital, inclusive nos postos, conforme determinação da Receita Federal. Segundo explicou, o revendedor deve obter a certificação digital e credenciar o seu contador para que es te assine digitalmente documentos em seu nome, os quais são incontestáveis juridicamente.


Tamanho poder pode servir mal ou para o bem do posto, dependendo da eficiência do profissional. Na opinião de Almeida, “há muitos revendedores mal assessorados por seus contadores”. Esse é caso de postos cujos contadores optaram pela tributação sobre o lucro presumido e não pelo lucro real, a qual, explica, “é mais fácil e não requer a apresentação de balancete mensal”. Por outro lado, segundo ele, essa escolha “provoca maior incidência de impostos”. Foi esse o caso de um posto do interior de São Paulo, que estava pagando mensalmente R$ 8 mil de impostos. “A Plumas mudou a tributação para lucro real e os impostos caíram para R$ 3 mil”, conta.


Para reduzir a carga de impostos, o sócio-gerente da Plumas também costuma orientar seus clientes a optarem pelo adesão ao Simples para a loja de conveniência. No caso de revendedores que sejam proprietários do imóvel do posto, ele aconselha a constituir uma empresa para administrar o custo do aluguel, pois a incidência de IR para pessoa física é bem maior.


“O contador pode ser uma ferramenta no bom desempenho do posto”, acredita Almeida, “desde que o revendedor não omita nenhuma informação”, acrescenta. Para Alaíde da Silva Pereira Vitorino, diretora da Associação das Empresas de Serviços Contábeis de São Paulo (Aescon-SP), “ainda há muitos donos de postos que tratam o contador como um guarda-livros, cuja função é da um ‘jeitinho’ para resolver problemas”. Para ela, esses profissionais deveriam ser valorizados à altura de sua responsabilidade. “Somos os únicos cujo trabalho tem garantia de cinco anos, sem contar os serviços prestados na área trabalhistas que têm validade por 30 anos”, pondera. “O contador pode ajudar o posto a se tornar mais lucrativo”, conclui.