por Márcia Alves

No Brasil, as empresas familiares são predominantes no mercado e respondem por 20% do PIB. No entanto, pesquisas mostram que grande parte desses empreendimentos não consegue se perpetuar. Aproximadamente, de cada 100 empresas familiares, 30 sobrevivem à segunda geração, e apenas cinco chegam à terceira. “Cedo ou tarde a sucessão vai acontecer e essa troca pode ser perigosa para a vida da empresa”, diz o especialista Roberto Faldini.

Segundo ele, no caso da empresa familiar as decisões devem ser individuais, porém relacionadas à família. “Muitos acham que santo de casa não faz milagre, mas, às vezes, faz e são estes que salvam as empresas da falência”, diz. Mas, alerta que os filhos precisam conhecer o negócio para poderem analisar se o patrimônio está sendo bem administrado.

Quatro pilares

O consultor Domingos Ricca acredita que o planejamento sucessório é uma das melhores maneiras de assegurar a perpetuação do negócio. Segundo ele, a imagem da empresa familiar é baseada em quatro pilares: palavra/credibilidade; perseverança; carisma /liderança; e cultura.

“No início, a palavra é tudo que o fundador possui como forma de garantia, ou seja, sua credibilidade fica pautada na concretização de suas ações”, explica. Além disso, é preciso que a segunda geração conheça a trajetória de vida do fundador, a fim de compreender a importância da sua perseverança e do seu esforço.

A liderança e o carisma são as únicas características que o fundador não consegue transmitir aos seus herdeiros. Por fim, o conjunto dos três pilares traduz a cultura do fundador e, consequentemente, da empresa. “O fracasso de muitas empresas ocorre quando o herdeiro desconsidera todo o trabalho já realizado, acreditando que possa renovar”, diz.