A tecnologia parece avançar mais rápido que a nossa capacidade de acompanhá-la. Entretanto, algumas inovações  se incorporam ao nosso dia-a-dia com tanta rapidez, que o melhor é tentar conhecê-las ou assimilá-las, antes que fiquemos para trás. A na­notecnologia é uma dessas novidades que promete revolucionar o sistema de identificação permanente de objetos. No país, o sistema chegou com o nome de Datadot e, em 2007, será adotado por algumas montadoras de veículos.

A tecnologia DataDot é um conceito avançado, pois permite que dados do objeto sejam gravados a laser (criptografados) em minúsculos pontos, do tamanho de um grão de areia, e pulverizados por meio de uma pistola, aderindo permanentemente na superfície. Essas informações podem ser gravadas num banco de dados na Internet, tornando possível identificá-las e rastreá-las em qualquer lugar do planeta.

Em veículos, por exemplo, podem ser gravados o número de chassi ou o número de série de alguns componentes em até sete mil locais diferentes. Com isso, poderá diminuir significativamente o risco de roubos, já que é praticamente impossível a remoção de todos os pontos. Se apenas um microdot permanecer no objeto, o roubo poderá ser comprovado.

O DataDot não é visível a olho nu. Sua identificação depende de uma lâmpada ultravioleta e sua visualização de uma lente de aumento. Daí porque mesmo desmanchado, um veículo marcado com esse sistema poderá ser perfeitamente identificado. Na Austrália, onde foi desenvolvido, o sistema reduziu o roubo de algumas marcas, entre elas o Subaru, que diminuiu em 93%.

Segundo prevê o representante da empresa, Luiz Menezes dos Santos, a na­notecnologia ainda terá muitas aplicações, como na industria têxtil, por exemplo, na qual poderá ser utilizado em sua forma líquida na trama de fios de tecidos para identificar o fabricante, ou na indústria farmacêutica, na marcação de remédios. Ele não descarta a possibilidade de futuramente o sistema também vir a ser aplicado como marcador de combustíveis, de forma a evitar a adulteração.