por Márcia Alves

Enquanto os revendedores de combustíveis ainda não sabem o que fazer para resolver os problemas causados pela estocagem do biodiesel, como a formação de borra nos tanques e oxidação de materiais, uma equipe do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), em São Paulo, estuda os efeitos da corrosividade desse combustível. Há quase dois anos, pesquisadores do Laboratório de Corrosão e Proteção (LCP) vêm realizando ensaios que colocam o biodiesel em contato com diversos tipos de materiais utilizados no transporte e armazenamento, como liga de alumínio, latão, cobre, aço inoxidável e aço carbono.

Nos testes, corpos de prova (pequenas chapa de metal) são imersas em amostras de biodiesel novo e envelhecido, dentro de recipientes que permanecem lacrados entre três e seis meses.  Nesse período é verificado o quanto de massa o corpo de prova perdeu em função da corrosividade. O mesmo tipo de ensaio é realizado com o etanol para avaliação da corrosividade, além dos efeitos de inibidores, tempo de armazenamento e gases. No caso do etanol, o corpo de prova testado é feito em aço carbono.

Para analisar os dois combustíveis, o LCP criou várias frentes de trabalho com estudos paralelos, que incluem ensaios eletroquímicos, de corrosão sob tensão, de envelhecimento, de imersão, avaliação da influência de gases de inertização na corrosividade e na manutenção das características físicas e químicas e, ainda, análises físico-químicas para identificar as causas da variabilidade do etanol. De acordo com a pesquisadora Anna Ramus Moreira, química mestre do LCP, a pesquisa com o biodiesel deverá ser concluída em breve. Já a pesquisa com o etanol entrou em sua fase e deverá se estender por mais cinco anos.

LCP

Reinaugurado em 2009, após um processo de completa modernização, o LCP recebeu um aporte de R$ 10 milhões da Petrobras, em junho deste ano, para pesquisas de novas tecnologias de proteção anticorrosiva em tanques, dutos, estruturas e equipamentos.  O contrato tem duração de cinco anos e prevê a realização de várias frentes de estudo, como novas tecnologias de proteção anticorrosiva, corrosividade dos combustíveis e do solo e corrosão por descargas atmosféricas.