por Márcia Alves

Para atender ao novo regime automotivo, criado pela Lei 12.715/2012, e
terem direito à redução de IPI, as montadoras serão obrigadas a reduzir o
consumo de combustível em 22% e, consequentemente, o nível de emissões. O
objetivo governo é estimular o uso de conteúdo e tecnologia nacional nos
veículos e, sobretudo, de eficiência energética. Paulo Cardamone, diretor da
consultoria IHS Global Insight, empresa contratada pelo governo para apresentar
um estudo sobre eficiência energética, adianta quais tecnologias passarão a ser
fabricadas em território brasileiro. Uma delas é a start/stop, que desliga o
motor do carro ao parar em um semáforo, por exemplo, e religa quando o
motorista pisa no acelerador. Outras são a injeção direta de combustível e a
direção elétrica. 



Cardamono afirma que o estudo entregue ao governo
estabeleceu uma meta de redução de 20% das emissões de CO2 até 2017. Para
isso, cada montadora terá de mostrar a média de emissão máxima de 135g de CO2/km,
que se equipara ao vigente na Europa. Hoje, a média dos veículos nacionais
novos é de 170g. Essa média é feita considerando o portfólio (número de modelos
de veículos) de cada montadora, com base na relação do chamado foot print por
CO2. O foot print é a área quadrada que considera a bitola do carro (onde
encaixa a roda) e a distância entre-eixos. Com isso, pondera-se as vendas do
ano por montadora pela média de emissão. A avaliação do nível de emissões dos
carros será feita pelo Inmetro, que possui laboratórios específicos para
calcular o consumo de combustível e o nível de emissões. O consumidor terá
essas informações claramente ao comprar o carro.



Segundo o gerente da consultoria Jato Dynamics no Brasil,
Milad Kalume Neto, o novo regime automotivo deverá modernizar os motores dos
veículos brasileiros. Para ele, os motores em uso atualmente “são extremamente
ultrapassados” e, por isso, a nova regra exigirá investimentos na reformulação
dos propulsores. “Num mesmo motor, conseguir 22% de performance energética é
bastante coisa. Acho pouco provável que isso possa ser feito sem que tenha uma
alteração expressiva do motor”, disse.