por Márcia Alves



Se derem certo os planos do pesquisador Ramon Molina,
professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em três anos chegará
ao mercado o primeiro motor do mundo movido a etanol. Os motores atuais, que
equipam veículos flex, são meras adaptações de propulsores feitos para
funcionar com gasolina. O modelo computacional desenvolvido especificamente com
base no etanol é resultado de uma parceria da UFMG com uma montadora de
veículos italiana, que investirá R$ 1,8 milhão na pesquisa.



A equipe responsável pelo projeto estuda, atualmente, a
geometria do motor, desenhada com um três-cilindros de baixa cilindrada, cuja
potência é semelhante à de um motor 1.8, com mais de 100cv. Esse desempenho
será alcançado com o uso de tecnologias como a injeção direta de combustível e
a turboalimentação.



Segundo o professor Molina, a expectativa é de que o novo
motor ganhe 10% em eficiência e fique no nível de motores a diesel. A ideia é
chegar a um consumo de combustível semelhante ao da gasolina (hoje, em média,
em 70%) e a eficiência energética semelhante a dos veículos diesel.



Tão logo a equipe de Molina conclua o sistema no
computador, ele será entregue à montadora, que pretende substituir os motores
de carros populares. Em três anos, ele acredita que a tecnologia poderá chegar
ao mercado. “No futuro, os motores serão todos 1.0 para baixo e turbinados”,
prevê.