por Cristiane Collich Sampaio



 


Com a proximidade do inverno e a chegada das férias de julho, é quase inevitável planejar uma viagem e não pensar num roteiro que misture momentos de lazer e relaxamento total com alguma aventura na neve. Nesse caso, o destino está logo ali, nas Termas de Chillán, o maior centro de esqui e spa do Cone Sul, a 480 quilômetros de Santiago, no Chile.


Localizada nas encostas de dois cones vulcânicos – o Chillán Viejo e o Nuevo, que ainda solta fumaça –, Chillán tem os Andes a seus pés, e essa combinação de neve e fogo garante águas cálidas e sulfurosas em piscinas ao ar livre com temperatura de até 35 graus, ao mesmo tempo em que permite ao visitante desfrutar de seus 10 mil hectares de área esquiável, perfeitos para a prática de esportes de inverno.


O complexo se constitui numa estação de esqui dentro de um centro termal, onde após manobras sobre a neve, o programa certo é relaxar nas piscinas termais de um dos vários e bons hotéis e spas da região, além de desfrutar de seus excelentes restaurantes. Tudo emoldurado por bosques preservados e uma paisagem difícil de esquecer, principalmente em uma manhã de céu azul com o sol refletindo nas árvores encobertas após uma noite de nevasca.


Esta estação é uma das poucas no mundo onde é possível esquiar entre bosques de carvalho e encostas de vulcões. São 29 pistas que, juntas, somam 43 quilômetros e, dependendo do grau de dificuldade, estão entre 1,6 mil e 2,7 mil metros acima do nível do mar. Uma delas, Las Tres Marias, recebeu o título de pista mais longa da América do Sul, com 14 quilômetros. Para chegar até uma delas, há nove ski lifts. Só se chega às pistas de teleférico. Depois, toma-se um caminhão adaptado para a neve.


A estação termal, por sua vez, certamente vai pesar no momento da escolha do seu roteiro gelado na América do Sul. Das piscinas, cobertas ou descobertas, de enxofre, ferro e outros minerais, e das jacuzzis e banheiras dos apartamentos dos hotéis e spas da região, brota a pura água mineral dos Andes. Os banhos são sempre acompanhados de tratamentos de beleza, como a aplicação de lamas medicinais de origem vulcânica (fangoterapia), e de técnicas de relaxamento. Não à toa que muita gente aparece em Chillán sem nenhuma intenção de esquiar.


 


Primeira viagem


Aqueles que nunca se aventuraram a equilibrar-se sobre esquis, segundo os instrutores, não têm nada a temer, bastando, para isso, enfrentar algumas horas de aula antes de deslizar pela neve.


A estação é variada: quase um terço das pistas (30%) é para aprendizes, e as demais são classificadas como nível médio (40%) e difíceis (os 30% restantes). Os mais experientes deslizam por pistas em que só se chega de helicóptero. De lá, eles descem pelas encostas – muitas com acentuado grau de inclinação – de neve virgem.


Além do esqui, Chillán oferece passeios de trenós, puxados por cães da raça husky, de snowmobiles (moto para neve), cross-country e snowpark. Os passeios cruzam os vales e bosques da região. Lá, é possível vislumbrar toda a paisagem do local, principalmente o vulcão e sua neve.


Uma vez por semana, os visitantes do complexo podem assistir, e participar, da descida noturna dos profissionais da escola de esqui. Cada um traz uma tocha na mão e o movimento do alto da montanha vira um espetáculo à parte.


À noite, o jantar acompanhado por um bom vinho do país pode ser seguido por uma ida ao cassino, onde é possível arriscar a sorte em máquinas ou jogos de mesa.


 


Para chegar lá


De São Paulo, são quase quatro horas de avião até Santiago, mais 50 minutos de avião até Concepción e depois mais duas horas e meia de carro até o complexo. A maior parte das agências de viagens oferece pacotes para esse destino, com variadas opções de número de dias, acomodações e itens incluídos.


De São Paulo, são quase quatro horas de avião até Santiago, mais 50 minutos de avião até Concepción e depois mais duas horas e meia de carro até o complexo. A maior parte das agências de viagens oferece pacotes para esse destino, com variadas opções de número de dias, acomodações e itens incluídos. Turistas do Brasil são maioria na temporada de esqui em Chillán; chegam a responder por 70% da ocupação no mês de julho.


Assim, se deseja embarcar nessa viagem, não deixe os preparativos para a última hora.