por Cristiane Collich Sampaio

Situada na Costa Verde, um dos trechos mais exuberantes da costa brasileira, e distante pouco mais de 200 quilômetros da capital paulista, Ilhabela é um paraíso para os amantes da natureza, mas não apenas.

Tendo 85% de sua área preservada pelo Parque Estadual de Ilhabela, o município possui a maior reserva de Mata Atlântica do planeta, com flora e fauna ricas em beleza e diversidade. Rios, córregos e cachoeiras, mais 39 praias de diferentes características, permitem ao viajante desfrutar variados roteiros.

Com boa estrutura voltada ao turismo, a ilha, por meio de receptivos locais, tem disponíveis diversas opções de passeios, que podem ser contratados nos hotéis e nas pousadas ou diretamente nas empresas.

Na superfície e debaixo d’água

Se a estadia for de poucos dias e o tempo estiver bom, será difícil escolher entre tantos roteiros agradáveis. Um giro pelas praias da orla do canal, em van turística ou carro próprio, não vai decepcionar ninguém. Além de praias deliciosas, como a do Saco da Capela, Feiticeira, Praia Grande e do Curral, com agito ou tranqüilas, o que não falta são quiosques, com comidinhas diferenciadas e bebidas geladas.

A travessia da ilha até a Baia de Castelhanos, voltada para o mar aberto, só é possível a pé, por trilha na mata, ou em veículos off-road e o passeio dura, pelo menos, um dia inteiro. Mas também existem sugestões bem mais leves, para ir com a família, como a trilha da Água Branca, que passa por seis poços de água doce e permite o contato com a flora e a fauna nativas.

Considerada a capital nacional da vela, abrigando eventos de expressão internacional, como o Rolex Ilhabela Sailing Week, o maior da América do Sul, a ilha também oferece as delícias da navegação para o turista mais descompromissado. Há cursos de vela e passeios em lancha ou escuna, com diferentes roteiros e custos, para todos. Aqui a dica é levar nadadeiras, máscara e snorkel, pois os barcos sempre fazem uma paradinha para a observação da vida submarina. E, se sua paixão é mergulho autônomo, não faltam escolas e operadoras na ilha, que na sua rica fauna sub, revela cavalos-marinhos, polvos, moréias, arraias e uma infinidade de peixes.

Por sinal, o entorno da ilha é um verdadeiro cemitério de navios. Suas condições geográficas e fenômenos climáticos vitimaram, ao longo dos séculos, uma centena de embarcações. Em julho foi inaugurado o Museu de Naufrágios, que guarda mais de 500 peças retiradas de naufrágios da região.

Os prazeres do paladar

Lendas e fatos envolvendo visitas de corsários e de piratas, nos séculos XVI e XVII, e as edificações do chamado ciclo da pinga, no século XIX, ainda estão preservados na história e no imaginário popular do arquipélago, assim como as tradições caiçaras, presentes também no artesanato e na gastronomia local.

Nas últimas décadas, também nesse aspecto Ilhabela vem se destacando no cenário nacional. Para atender satisfatoriamente os turistas de todo o mundo que passam por seus luxuosos hotéis e charmosas pousadas, as opções gastronômicas oferecidas pela cidade ganharam em qualidade, sofisticação e variedade. São quase 70 restaurantes e quiosques de praia com opções diversificadas, que servem desde o cardápio caiçara – composto por crustáceos e peixes, como o tradicional peixe azul-marinho – até pratos com nítida influência da cozinha contemporânea internacional.

O Festival do Camarão e Gastronômico de Ilhabela, cuja 15ª edição se inicia na segunda semana de agosto, já está na agenda gastronômica, cultural e esportiva do país. Inúmeros restaurantes participam do evento, apresentando pratos convencionais e criações elaboradas por grandes chefs nacionais e internacionais, com preços convidativos.

Mas há atrações paralelas. No ano passado foram realizados workshops e cursos com renomados chefs de cuisine, além de campeonato de vela, shows musicais e outras atividades culturais. Em breve a programação do festival de 2010 estará disponível no site oficial do município.