por Cristiane Collich Sampaio

O Cânion do Xingó, no Rio São Francisco, considerado
o quinto maior cânion navegável do mundo, é hoje um dos principais pontos
turísticos do pequeno estado de Sergipe, na divisa com Alagoas, apesar de ainda
não ser largamente conhecido.

O cânion está situado no município de Canindé do
São Francisco, em pleno sertão, no polígono das secas, há pouco mais de 200 km
da capital. Ele se formou como consequência da construção da barragem da Usina
Hidroelétrica de Xingó, na década de 70.

Está localizado num
vale, com
170 metros de profundidade e largura variável entre
50 e 300 metros. Com
65 km de extensão,
o cânion é ladeado por rochas avermelhadas de até 50 metros de altura.
A vegetação
da caatinga, rústica, mas colorida por pequenas flores delicadas, se combina
com a exuberância do Rio São Francisco, de águas esverdeadas, para criar
cenários inusitados, que podem ser apreciados durante um passeio de catamarã pelas
águas calmas do rio. A navegação sinuosa é iniciada próximo à barragem, no
Porto Karrancas, e permite que se observem as curiosas formações rochosas,
num percurso de aproximadamente 20 km.

Ao todo, o passeio dura em torno
de três horas. No final da ida é feita uma parada em uma plataforma flutuante – o Porto de Brogodó – fundeada em área
abrigada. A partir dela é possível explorar os arredores, até a Gruta do
Talhado (cujas paredes parecem ter sido talhadas à mão), em canoa e, ainda,
mergulhar nas águas mornas do rio. Vale lembrar que a temperatura média na
região é superior aos 25º C e que o período das
chuvas é curto: vai de
março a junho.

 

Outras atrações

A viagem de um dia,
estilo bate-e-volta, de Aracaju, capital do estado, para conhecer o cânon pode
ser muito cansativa e impede que se conheça a região, que é rica em atrativos. Para
quem estiver hospedado na cidade ou na vizinha alagoana Piranhas, a viagem pode
oferecer um leque
de roteiros adicionais.

Um deles pode ser a visita guiada
às instalações da usina hidrelétrica, que demora 40 minutos.
A
Grota do Angico, nos arredores de Piranhas, é outro passeio interessante: trata-se
do local da morte de Lampião, o rei do cangaço, em 28 de julho de 1938. Já em Gararu,
a 60 km de Canindé, o divertimento fica por conta dos esportes radicais e da
aventura.

Outra opção é conhecer
o Museu de Arqueologia de Xingó
(MAX), da Universidade Federal de Sergipe (UFS), com um acervo formado por mais
de 50 mil peças. Foi criado em 2000, e, desde então, identificou a existência
de uma cultura local (xingoana) datada de, pelos menos, 9 mil anos atrás. Para
quem se interessa por arqueologia há, ainda, o
Sítio Arqueológico Mundo Novo e o Vale
dos Mestres, este último localizado a 30 quilômetros da sede do município, com
paredões que ostentam pinturas rupestres de 3 mil anos.





















A infraestrutura turística da
cidade é ainda limitada, mas dispõe de vários restaurantes, que oferecem pratos
regionais, como o Karranca e o Sabor do Sertão, em Canindé, e o Angico, em
Piranhas. Há diversas pousadas, mais ou menos rústicas, na região. Para quem
busca mais conforto, o
Xingó Parque Hotel pode ser uma boa opção de
hospedagem, com piscinas, restaurante e serviço de quarto.