Cristiane Collich Sampaio


 


Durante os muitos anos de economia fechada e mercado de combustíveis estagnado, poucas foram as mudanças ocorridas na área de equipamentos para postos. Todavia, a abertura econômica e do setor que passa a se desenvolver a partir de fins da década de 80, aliada a legislação mais severas em termos de qualidade, respeito ao consumidor e ao meio ambiente, exige da indústria produtos cada vez mais confiáveis. Novas empresas entram no país, estimulando a concorrência e forçando a evolução das empresas locais, que também buscam novos mercados fora do Brasil.


A Posto de Observação acompanha de perto essa evolução, noticiando o lançamento de novos produtos, avaliando sua tecnologia e debatendo as novas normas e legislações.


A troca de óleo pode agora ser feita na pista, por equipamentos portáteis, enquanto o veículo é abastecido. Assim como a calibragem de pneus, com ar comprimido ou nitrogênio, por meio de compressores instalados nas próprias ilhas.


Lavadoras automáticas de alta performance, já utilizadas no exterior por décadas, chegam ao Brasil para atender, com rapidez e eficiência, os consumidores mais exigentes.


Nesse caminho, também as bombas mecânicas pouco a pouco foram cedendo lugar às eletrônicas. Duplas, quádruplas, sêxtuplas, com vazão maior, podem abastecer diversos veículos automática e simultaneamente, enquanto os funcionários cuidam da limpeza de pára-brisas e da verificação da água e do óleo. Sem falar nos dispensers que começaram a ser produzidos no país, quando o Gás Natural Veicular (GNV) foi integrado a matriz energética brasileira.


No campo dos filtros, a evolução também foi grande, pois tiveram de se adaptar aos novos combustíveis – álcool, diferentes tipos de gasolina, diesel, agora também em mistura com biodiesel, e GNV –, em desenvolvimento constante, para atender às novas demandas da indústria automobilística e os limites de emissões poluentes.


A trajetória dos filtros-prensa de diesel é um exemplo. Nesses quase 30 anos, os fabricantes investiram em tecnologia, elevando a competitividade dos produtos e reduzindo em mais de 2/3 seu preço médio. Seu uso é hoje considerado indispensável à purificação do combustível que, por sua natureza, é auto-contaminante.


 


Postos on line



Os revendedores mais antigos provavelmente se lembram do surgimento da automação e dos primeiros computadores e programas de gerenciamento para postos. Usavam linguagem como Dbase e DOS, entre outras “novidades” dessa época, que exigiam múltiplos comandos para a realização de uma única função, a qual era visualizada numa tela negra com caracteres num verde brilhante.


Hoje, o empresário plugado, adquire produtos e se comunica pela rede, gerencia seus postos pela Internet, do escritório ou de qualquer lugar, pelo celular ou por comunicação Wi-fi. Tem acesso on line ao movimento de todas as bombas, aos volumes de combustíveis nos tanques, a relatórios de vendas e, até, informações visuais sobre o que ocorre nas diversas dependências dos postos, por meio de monitoramento eletrônico com câmeras.


Pagamento com cartão de crédito ou débito foi outra das inovações introduzidas nos postos, bem como o emissor de cupom fiscal (ECF).


 


Meio ambiente e tecnologia



Não há como negar a importância das novas exigências ambientais no processo de transformação dos equipamentos e do próprio conceito de posto de revenda. A edição Resolução 273/2000 do Conama desencadeou uma verdadeira revolução, tanto no segmento de postos, quanto no da indústria de equipamentos, instaladoras e órgãos afins, responsáveis pela definição de normas e concessão de certificações.


Tanques de parede dupla em novos materiais e com sensores intersticiais para monitorar vazamentos, testes de estanqueidade, sumps de tanque e de bomba para evitar transbordamentos e contaminação, caixas separadoras, descarga selada. Houve um verdadeiro boom de novas empresas, normas e leis, tecnologias, equipamentos, sistemas e softwares desde então. Infelizmente, por parte das instituições financeiras e dos próprios governos não houve o mesmo empenho para tornar disponíveis linhas de crédito específicas para a adequação ambiental dos estabelecimentos, penalizando a grande parte dos empresários do setor.


 


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