por Denise de Almeida


 


Inicialmente, segundo as estimativas da empresa, o veículo rodará 300 quilômetros por dia, fora dos horários de pico. Caso os testes sejam bem sucedidos, o primeiro ônibus entrará em circulação normal no corredor metropolitano entre São Matheus e o Jabaquara, passando por mais quatro municípios do ABC, no decorrer de 2008. Em 2009, mais quatro veículos serão incorporados à frota de hidrogênio, num investimento inicial em torno de US$ 6 milhões.


A EMTU estudava o projeto do ônibus a hidrogênio há mais de 10 anos e, com a crescente utilização desse tipo de combustível em outros países, decidiu colocá-lo em prática. O ônibus tem 12 metros de comprimento, três portas, capacidade para 90 passageiros, ar-condicionado, piso baixo e tração elétrica híbrida (célula mais bateria).


Na garagem da Concessionária Metra, em São Bernardo do Campo, com o apoio de técnicos da Petrobras, será instalado o equipamento para a produção do hidrogênio, por meio de eletrolisadores da água que têm a função de separar as moléculas de oxigênio e hidrogênio. A primeira será liberada para atmosfera e o hidrogênio compactado para abastecer o ônibus.


Para garantir o abastecimento, a BR Distribuidora, vai instalar em São Bernardo do Campo o primeiro posto para abastecimento do ônibus. O projeto, tanto do ônibus quanto do posto, tem a parceria do Ministério de Minas e Energia, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Global Environment Facility (GEF) e Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP).


 


Alternativos também para os ‘brutos’


 


Os veículos pesados também têm vez junto aos combustíveis alternativos. A Volvo, por exemplo, apresentou em sua sede, na Suécia, uma série de caminhões equipados com motores diesel modificados para operar com sete tipos diferentes de combustíveis renováveis, líquidos ou gasosos. Os sete "CO2 Free Trucks" - ou seja, caminhões livres de dióxido de carbono - foram equipados com motores Volvo especialmente modificados pelos engenheiros da montadora para ilustrar as possibilidades de transportes livres de CO2, e, apesar de serem apenas veículos para demonstração, podem rodar usando uma série de diferentes combustíveis e/ou combinações. Como ambos são produzidos a partir de materiais renováveis, eles não geram contribuições de dióxido de carbono para o ecossistema ao serem queimados e, portanto, sem impacto ao meio ambiente.


Veja quais são os combustíveis:


¬     Biodiesel - produzido por esterificação de óleos vegetais, sendo óleo de colza e de semente de girassol os mais comuns na Europa.


¬     Biogás - combustível gasoso composto em grande parte de hidrocarbonetos de metano e que pode ser extraído em sistemas de tratamento de esgoto, aterros sanitários e outros nos quais haja materiais biodegradáveis.


¬     Biogás + biodiesel - são combinados em tanques e sistemas de injeção separados, onde um baixo percentual (10%) de biodiesel, ou diesel sintético, é usado para obter ignição na compressão. O biogás nesta alternativa é resfriado e usado em forma líquida aumentando sua faixa de aplicação.


¬     DME - Dimetil éter, gás manuseado em forma líquida sob baixa pressão e produzido pela gaseificação de biomassa.


¬     Etanol/Metanol - Metanol é produzido pela gaseificação de biomassa e etanol através da fermentação de plantas ricas em açúcares e amidos.


¬     Diesel Sintético - mistura de hidrocarbonetos sintetizados através da gaseificação de biomassa que pode ser misturado com o diesel mineral normal.


¬     Hidrogênio - produzido através da gaseificação de biomassa ou eletrólise de água por energia elétrica de fonte renovável, é misturado em pequenos volumes ao biogás comprimido (8% volume).