por Márcia Alves


 


Um estudo publicado no início do ano por dois cientistas noruegueses, Karl Hoyer e Erling Holden, comparou os custos ambientais dos diversos combustíveis, desde a gasolina e o óleo diesel, até aqueles que são apenas promessas tecnológicas, ainda longe da viabilização, como o hidrogênio. Como seria de se esperar, o resultado apontou que a gasolina e o diesel estão nas últimas colocações do ranking.


 


O comparativo levou em consideração os gastos energéticos e a emissão de poluentes nas etapas de produção, industrialização e consumo, computando, ainda, o uso de energia, a emissão de gases causadores do efeito estufa e a emissão de poluentes. A gasolina, o diesel e o gás natural foram comparados a fontes alternativas de combustível, como etanol, metanol, biocombustíveis e hidrogênio. Embora tenha sido o campeão no quesito ganho ambiental, o hidrogênio ainda está longe de ser viável economicamente, além de apresentar problemas técnicos.


 


Os pesquisadores montaram um ranking, atribuindo pesos à energia, emissões de carbono e poluição com óxidos nitrogenados, conforme os dados totais desde a extração ou produção até sua queima no motor do carro. A soma dos pontos resultou numa nota atribuída a toda a cadeia energética de cada um. Ao final, foram consideradas potencialmente mais danosas ao meio-ambiente as cadeias energéticas com maior soma geral. O resultado é que o gás natural, quando queimado diretamente no motor, só fica atrás da gasolina e do diesel, em termos de eficiência, gasto energético e poluição. O próprio biometanol – o metanol extraído de fontes renováveis –, mesmo quando utilizado em células combustível, como o hidrogênio, foi classificado nas últimas colocações, com grandes impactos ambientais.


 


Ambos os pesquisadores concordam que não existe atualmente um consenso sobre qual seria o combustível mais sustentável ou mais ambientalmente correto. Como não existe um vencedor inequívoco, eles apontam rotas a seguir na tentativa de se alcançar um sistema de transportes auto-sustentável. “Pode-se seguir a rota da eficiência, melhorando o rendimento energético de cada combustível, a rota da substituição e a rota da redução do consumo”.