por Márcia Alves


 


Atualmente, mais 10 milhões de pessoas possuem um plano de previdência para complementar a aposentadoria ou para investir no longo prazo. Mas, escolher um bom plano requer alguns cuidados. O especialista Keyton Pedreira, gerente de Negócios da Kiman Solutions, compara a aquisição à compra de um veículo novo, em que a marca corresponde à operadora, o modelo ao tipo de plano, o motor ao perfil do comprador e os opcionais aos benefícios agregados, além do melhor preço.


 


A marca e o modelo – Tal qual um veículo, a marca de um plano, ou a empresa que irá operá-lo é muito importante. Pedreira aconselha os compradores a optarem por empresas conhecidas e com sólido suporte financeiro. O modelo equivale às opções de planos disponíveis no mercado. O Plano Gerador de Benefícios Livres (PGBL) é recomendado para quem faz a declaração completa de Imposto de Renda, pois permite abater até 12% da renda tributável anual. Exemplo: uma renda anual de R$ 60 mil poderá ser reduzida em R$ 7,2 mil. Isso significa pagar IR sobre R$ 52,8 mil. Mas, para conseguir esse benefício será preciso aplicar os R$ 7,2 mil em um plano de previdência ao longo do ano, em parcelas mensais de R$ 600 ou de uma única vez. Mas, caso o resgate seja efetuado antes do tempo, haverá a incidência de impostos sobre o montante aplicado.


Outra opção é o Vida Gerador de Benefícios Livres (VGBL), indicado para quem faz a declaração simplificada do IR, para profissionais liberais, para quem deseja aplicar valores acima dos 12% investidos no PGBL ou, ainda, deixar um dinheiro de herança, já que não há pagamento de imposto sobre os recursos transferidos aos beneficiários. Também não há abatimento de IR, que será pago apenas sobre o rendimento dos valores resgatados ou no recebimento da aposentadoria. “Uma vantagem em relação aos fundos de investimentos tradicionais”, segundo Pedreira.


 


O combustível - A comparação nesse caso é com a escolha do regime tributário. Uma opção é pela tabela progressiva do IR, indicada para quem irá receber um valor abaixo de R$ 1.372,81 (limite de isenção do IR atual) de acordo com as simulações do plano que será contratado, ou então para quem pretende permanecer no plano por até 15 anos (entre acumulação e recebimento), por exemplo. Para aqueles receberão até R$ 2.743,25 (alíquota de 15% de IR) pode ser interessante a escolha da tabela progressiva, pois os valores pagos de IR podem ser compensados com as deduções atualmente vigentes (educação, saúde etc). A tabela regressiva é mais indicada para quem pretende ficar no plano de previdência por mais de 15 anos, caso a renda projetada seja maior do que R$ 3 mil, pois IR cai a cada dois anos, podendo chegar até 10% após o décimo ano. O consultor ressalta que a tributação para resgates ou no pagamento da aposentadoria nesse caso é exclusiva, ou seja, não pode ser compensada.