por Denise de Almeida


 


O médico José Roberto de Almeida responde:


 


1.      O que é?


A depressão é um distúrbio da emoção que afeta o corpo, o humor e o pensamento: altera o apetite e o sono, a forma como a pessoa se sente e como pensa. Não é uma tristeza passageira, não é sinal de fraqueza pessoal ou uma condição que possa ser revertida com força de vontade. Sua característica essencial é o humor deprimido ou triste na maior parte do tempo, por um período prolongado. A maioria das pessoas com depressão também tem acentuada redução da capacidade de sentir prazer e padrões negativos de pensamento.



2. Como identificar?


Para afirmar que o paciente está deprimido é preciso constatar, durante pelo menos duas semanas, que ele se sente triste a maior parte do dia quase todos os dias, não tem tanto prazer ou interesse pelas atividades que apreciava, não consegue ficar parado e, pelo contrário, movimenta-se mais lentamente que o habitual. Passa a ter sentimentos inapropriados de desesperança desprezando-se como pessoa e até mesmo se culpando pela doença ou pelo problema dos outros, sentindo-se um peso morto na família. Com isso, apesar de não ser uma doença potencialmente fatal, surgem pensamentos de suicídio.


 


3.      Quais são os sintomas?


Além das sensações de tristeza, pensamentos negativos, dificuldade de concentração, alteração de apetite e sono, lentificação das atividades físicas e mentais, podem ocorrer alterações da sensação corporal, como dores e enjôos. Os sintomas corporais mais comuns são sensação de desconforto no batimento cardíaco, constipação, dores de cabeça, dificuldades digestivas. Períodos de melhoria e piora são comuns, o que cria a falsa impressão de que se está melhorando sozinho quando durante alguns dias o paciente sente-se bem.


Geralmente tudo se passa gradualmente, não necessariamente com todos os sintomas simultâneos. Aliás, é difícil ver todos os sintomas juntos.


 


4.      O que causa?


A causa exata da depressão permanece desconhecida. A explicação mais provavelmente correta é o desequilíbrio bioquímico dos neurônios responsáveis pelo controle do estado de humor. Esta afirmação baseia-se na comprovada eficácia dos antidepressivos.


Eventos desencadeantes – como perda de pessoa querida, perda de emprego, doença grave etc. – também são muito estudados e, de fato, encontra-se relação entre certos acontecimentos estressantes na vida das pessoas e o início de um episódio depressivo.


 


5.      Como é o tratamento?


A cura é certa na maioria dos casos. Para isso, são utilizados tratamentos psicológicos, medicamentos ou uma combinação das duas coisas, cuja finalidade é aliviar o sofrimento causado pela depressão. Mas, em qualquer caso, é essencial procurar a ajuda de um médico, pois somente ele pode indicar o tratamento adequado, de acordo com cada paciente. Quanto aos resultados, estes poderão ser notados de forma gradativa.