por Denise de Almeida


 


No início de abril, a Assembléia Legislativa de São Paulo aprovou projeto de lei que obriga os postos de combustíveis e lava-rápidos do estado a instalarem equipamentos de tratamento e reutilização da água usada na lavagem de veículos. A propositura foi do deputado André Soares (DEM) e aguarda apenas sanção do governador para entrar em vigor.


De acordo com o projeto, a instalação dos equipamentos fica a cargo e responsabilidade do proprietário do estabelecimento, que terá 180 dias para implantação e aplicação do sistema de tratamento e reutilização da água, e, aos que não cumprirem suas determinações, caberá notificação e conseqüente multa no valor de R$ 2.232,00 (150 UFESP), dobrada em caso de reincidência, até suspensão do alvará de funcionamento.


A justificativa do deputado para proposição de lei dessa natureza se baseia justamente na necessidade “do uso racional ou eficiente da água, o qual compreende também o controle de perdas e desperdícios, e a minimização da produção de resíduos e do consumo de água”.


Nesse sentido, também preocupados com o aspecto da preservação ambiental e antecipando-se às exigências da lei, há revendedores que já fizeram a opção pela instalação de tais equipamentos, comumente chamados de Estações de Tratamento de Água de Reuso (ETAR), e já produzidos em larga escala por empresas do setor.


De acordo com o engenheiro Valter Paliliunas, do departamento industrial da Ambiental MS, “o reaproveitamento do efluente tratado e utilização de captação de água de chuva, além de gerar economia sobre o consumo de água ‘nobre’, faz com que as empresas tenham economia financeira significativa além de colocá-las no rol das empresas ecologicamente corretas”.


Ele explica que um amplo estudo, inclusive de viabilidade econômica, foi realizado pela empresa e o resultado foi surpreendente: a economia com o reuso da água em um posto de serviços pode chegar a 80%.


Apesar de frisar que devem servir apenas como referência, Valter faz os cálculos fazendo a simulação de um posto instalado em São Paulo, cujo consumo de água seja de 600 m³/mês. Considerando o custo e a sistemática de cálculo de água praticado pela Sabesp, o valor da conta de água no final do mês passa dos R$ 11 mil.


Com a instalação de uma Estação de Tratamento de Efluentes com Reuso da Água (ETE-RA), da Ambiental MS, por exemplo, além do consumo de água fresca ficar reduzido a 120 m³/mês, o valor da conta cai para cerca de R$ 3,5 mil.


Claro que há ainda que se considerar o custo de investimento para compra do equipamento, o qual, segundo o engenheiro, gira em torno de R$ 40 mil. “Ainda assim, o investimento no equipamento pagar-se-á em menos de seis meses”, garante. Ele ressalta que, em outros estados, como o custo da água é diferente, este tempo de retorno variará de acordo com os valores cobrados pela fornecedora de água local.