por Denise de Almeida


 


Há seis anos, o início da primavera e da época das temperaturas mais altas do ano celebra o Dia Nacional do Sorvete. Instituído pela Abis (Associação Brasileira das Indústrias de Sorvetes), o objetivo é divulgar os benefícios deste alimento, que tem passado por inúmeras transformações ao longo dos tempos, para ser, além de saboroso, cada vez mais nutritivo. 


Rico em proteínas, açúcares, gorduras, cálcio, fósforo e outros minerais essenciais numa nutrição balanceada, sua história remonta há mais de 3 mil anos, quando os chineses começaram a misturar neve com frutas, fazendo uma espécie de... sorvete. A técnica foi passada aos árabes, que logo começaram a fazer caldas geladas chamadas de ‘sharbet’, e que mais tarde se transformariam nos famosos sorvetes franceses sem leite, os ‘sorbets’. 


Conta-se que nos banquetes de Alexandre, o Grande, na Grécia, e nas festas do imperador Nero, em Roma, os convidados já degustavam frutas geladas com neve. Porém, a grande revolução no mundo da guloseima aconteceu com Marco Polo, que trouxe para a Itália, em 1292, o segredo do preparo de sorvetes e espalhou a moda por todo o país.


Quando Catarina de Médici casou-se na França, entre as novidades trazidas da Itália para o banquete estavam as deliciosas sobremesas geladas, as quais, encantaram toda a corte. O grande público francês, porém, só teve acesso a esta especialidade um século depois, quando Francesco Procópio abriu um café, em Paris, que servia bebidas geladas e ‘sorbet’. 


Depois de conquistar a Europa, o alimento chegou também aos Estados Unidos, onde aconteceu a primeira produção de sorvete em escala industrial, há 40 anos. Hoje, no mundo todo quem mais fabrica sorvete são os norte-americanos, seguidos pela China.


No Brasil, por incrível que pareça, o consumo ainda é pequeno e restrito aos meses mais quentes do ano. Segundo a Abis, o período entre setembro e março concentra o consumo de 70% dos mais de 900 milhões de litros produzidos anualmente no país. 


Por esse motivo, os produtores brasileiros de sorvete querem mudar o quadro de consumo do produto e, para tal, vêm investindo na expansão e na importação de maquinário, fato que, segundo a entidade, vai mudar o foco do consumo nos próximos anos, quando, então, espera-se que o brasileiro passe a degustar a delícia que veio do frio o ano todo.