por Denise de Almeida


 


De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), órgão auxiliar do Ministério da Saúde no desenvolvimento e coordenação de ações integradas para a prevenção e controle do câncer no Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens em nosso país e o sexto tipo no mundo. Por aqui, estima-se que, em 2010, o número de novos casos atinja 52.350 indivíduos.


O aumento observado nas taxas de incidência no Brasil pode ser parcialmente justificado pela melhoria dos sistemas de informação, evolução dos métodos diagnósticos e pelo aumento na expectativa de vida da população. Contudo, ainda há um sem-número de homens que, mais por preconceito, resistem a submeter-se a exames preventivos, que podem levar a um diagnóstico precoce e perfeitamente tratável.


O Inca revela que ainda não se sabe ao certo o que causa o câncer de próstata. Sabe-se, porém, que, mais do que qualquer outro tipo, é considerado da terceira idade, já que cerca de três quartos dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. No entanto, homens da raça negra e/ou com histórico familiar de pai ou irmão que desenvolveram a doença antes dos 60 anos estão entre os pacientes de risco.


Na maioria dos casos, o tumor apresenta um crescimento lento, levando cerca de 15 anos para atingir 1 cm³, que não chega a dar sinais durante a vida e nem a ameaçar a saúde. No entanto, é aconselhável a realização de exames preventivos por todos os homens a partir dos 45 anos, ou aos 40 anos, para aqueles que tenham parentes com a doença. Além disso, todo homem, independentemente de sua faixa etária, deve procurar um especialista sempre que apresentar dificuldade para urinar, necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite, ardência e sinais de sangue na urina. Dor constante na região pélvica, na região lombar e na parte superior das coxas também podem ser indícios, pois o câncer da próstata, quando em estágio avançado, pode espalhar-se pela bacia, coluna vertebral e outros órgãos.


 


Indolor e de fácil realização


 


Mais conhecido como toque retal, o exame que auxilia a descobrir a doença é clínico. Indolor e de fácil realização, ele é indispensável para avaliar o tamanho e a consistência da próstata e pode ser complementado por outros exames, como o da dosagem do antígeno prostático específico (PSA, em inglês), exame de sangue que mede uma proteína produzida exclusivamente pela próstata.


Uma vez diagnosticada a doença, a escolha do tratamento, segundo o Inca, deve ser individualizada. Para doença localizada, por exemplo, cirurgia, radioterapia e até mesmo observação vigilante podem ser indicados. Em estágio mais avançado, pode se combinar ambas com tratamento hormonal, sempre respeitando e discutindo os riscos e benefícios com o médico.


Como não são conhecidas formas específicas de prevenção, o Inca ressalta que já está comprovado que uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais, e com menos gordura, principalmente as de origem animal, ajuda a diminuir o desenvolvimento de muitas doenças, entre elas o câncer. Além disso, manter o peso corporal, praticar atividade física regularmente, diminuir o consumo de álcool e não fumar são hábitos saudáveis também recomendados.