por Márcia Alves

Imagine não precisar mais de dinheiro, cheque ou cartão de crédito para pagar as contas. Ficção? Não, realidade. Com a chegada da tecnologia de pagamento móvel (m-payment), basta aproximar o celular de um equipamento de leitura ou de outro celular, digitar uma senha e pronto, está feito o pagamento. Simples, rápido e mais seguro. A novidade, que está em fase inicial de funcionamento na Europa e nos Estados Unidos, começa a ser testada também no Brasil por empresas de telefonia e do sistema financeiro.

Responsável por regulamentar esse tipo de transação, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) resistiu um pouco, mas já deu alguns passos. A entidade tem prontas as normas para o setor de transmissão e captura de dados financeiros e, ainda, está elaborando um sistema de sigilo de dados e garantias para casos de roubo e perda do celular. A tecnologia a ser utilizada é a Near Field Communications (NFC), que significa algo como comunicação entre campos próximos.

Gigantes como Google, LG, Samsung e estão se unindo em parcerias com operadoras de telefonia celular para viabilizar o sistema. O Google, por exemplo, saiu na frente e anunciou, em março, testes em seu sistema, que faz uso da tecnologia NFC, em Nova York e São Francisco, instalando milhares de dispositivos de pagamentos móveis em lojas dessas duas cidades. A estimativa é que até 2015 mais de 860 milhões de telefones celulares sejam equipados com a tecnologia NFC, em transações que poderão ultrapassar os US$ 630 bilhões, em todo o mundo.

Vantagens

Para o varejo nacional, que já experimenta o compartilhamento de máquinas de cartão de crédito, o pagamento móvel deverá representar um grande impacto, principalmente, pela redução de custos operacionais. Um dos motivos é que não será mais necessário alugar máquinas de pagamento por cartão, pois, as compras serão debitadas de celular para celular, por meio de um software compatível com qualquer modelo de aparelho. Até mesmo o comércio informal poderá se beneficiar do pagamento móvel, pois a tecnologia não requer um ambiente fixo para funcionar.

Para os consumidores as vantagens são ainda maiores. Eles poderão sair de casa sem levar a carteira, cartões de crédito ou cheques. A ideia é que os celulares também comportem diversos cartões bancários e de benefícios, facilitando, por exemplo, a transferência eletrônica de dinheiro em tempo real. Os usuários de celulares pré-pagos ou pós-pagos poderão movimentar seus créditos por meio de acesso à conta bancária.

Como funciona:

O pagamento por proximidade (contactless payment) utiliza um celular com chip e antena NFC, que armazena informações da conta do usuário e estabelece comunicação com outro celular apto para receber esses dados ou um terminal PDV (Ponto de Venda). Não é necessária a presença de um vendedor. Basta aproximar o aparelho celular a poucos centímetros do leitor e a compra é efetuada.