por Denise de Almeida
Foi-se o tempo em que a reposição hormonal era privilégio das mulheres. Hoje, é sabido que a queda na produção do hormônio masculino, a testosterona, nos homens pode trazer dificuldades na ereção e nas atividades físicas e até depressão.
O urologista Celso Gromatzky, membro da Sociedade Brasileira de Urologia de São Paulo, afirma que 15% dos homens acima dos 50 anos precisam do tratamento. O homem não tem a mesma parada abrupta da produção de hormônios, como a mulher na menopausa. Mas quando a diminuição é muito grande, esse homem é um candidato à reposição, diz.
Ele explica que a queda dos níveis de testosterona, chamada de andropausa, é progressiva e lenta, mas, para saber se há necessidade de tomar hormônios é preciso passar por um urologista, que pedirá um exame de sangue. E, nessa idade, é bom lembrar que as consultas com o médico devem ser anuais, alerta.
Entretanto, segundo o cardiologista Carlos Alberto Pastore, o tratamento com reposição da testosterona deve ser muito cuidadoso, pois pacientes com doenças crônicas podem ter efeitos colaterais graves. Não há dúvida de que a testosterona aumenta a força muscular e a energia, melhorando o desempenho, porém, aumenta o risco de doenças cardiovasculares, diz. Ele explica que os problemas cardiológicos, a diabetes e a pressão alta podem piorar com o uso da testosterona, assim como os problemas do fígado e rins.
Da mesma opinião, Gromatzky esclarece ainda que homens que tenham câncer de próstata ativo ou de mama que não é raro como se imagina e pacientes com aumento de próstata são contraindicados para a reposição.
Aos indivíduos saudáveis candidatos à reposição hormonal, o especialista informa que um dos recursos mais utilizados são as injeções intramusculares, a cada 14 dias ou a cada 4 meses, dependendo da ação do hormônio.
Existem, também, os adesivos que liberam testosterona. Nesse caso, o homem cola na pele um adesivo duas vezes por dia, diz. Há ainda a reposição hormonal feita com comprimidos ou, menos comum, a utilização de um gel para espalhar na pele.
Atenção aos sintomas
O urologista Celso Gromatzky afirma que nem sempre a diminuição dos níveis de testosterona no organismo é indício de necessidade de reposição hormonal, mas a queda excessiva de sua produção pode causar diferentes sintomas:
- Diminuição da libido e disfunções eréteis;
- Perda de massa muscular ou dificuldade de ganhar massa muscular, mesmo para os que fazem atividade física frequentemente;
- Acúmulo de gordura, principalmente na região abdominal e dificuldade para emagrecer;
- Alterações do sistema nervoso central: cansaço, indisposição, depressão, déficit de memória e concentração;
- Osteoporose.