Depois de pressionar severamente os setores en­volvidos para que houvesse queda nas taxas de juros e nas tarifas bancárias, o Governo se volta agora para as administradoras de cartões de débito, de crédito e de alimentação. Isso porque, hoje, além do custo elevado dos aluguéis das máquinas, próximo de R$ 70/mês, as taxas cobradas do comércio chegam a até 6% do valor dos pagamentos, no caso dos cartões de alimentação, e de até 4% nos de crédito, conforme dados divulgados recentemente pela Associação Brasileira de Bares e Res­taurantes (Abrasel).

O Ministério da Fazenda e o Banco Central (BC) foram incumbidos pela presidente Dilma Rousseff de realizar estudos visando baixar essas taxas, consideradas muito elevadas. Em paralelo, o assunto também é dis­cutido no âmbito do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), num dos conselhos do Brasil Maior, e a previsão é da apresentação de proposta no curto prazo.

Além disso, fontes do mercado comentam a forma­ção de um grupo de trabalho amplo, com a participação de representantes de setores do varejo, para estabelecer novo marco regulatório para essas formas de pagamen­to. O Sincopetro já solicitou sua inclusão nesse grupo. A entidade pretende apresentar as propostas que há anos tenta fazer valer e que nunca desistiu de ver im­ plantadas. “Nossas proposições estão em sintonia com os objetivos do Go­verno, pois defendemos, basicamente, a redução das taxas de administração para valores mais adequados à atual realidade econômica do país e a redução dos aluguéis das máquinas”, declara o presidente do sin­dicato paulista, José Alberto Paiva Gouveia.

Por sinal, o aumento da competição é algo já esperado para os próximos anos, com a ampliação da participação de empresas como a Elavon e o Santander, entre outras, que hoje é de menos de 5%, para algo entre 15 e 20%, segundo estimam fontes do setor. No momento, os grupos Redecard e Cielo praticamente dominam o mercado, o qual, segundo pre­visão do presidente deste último, Rômulo de Mello Dias, deverá crescer entre 15 e 19% em 2013.