por Márcia Alves

A alta nos
aluguéis comerciais e a falta de espaço e de pontos bem localizados nas
capitais estão levando algumas marcas de franquias a investirem em formatos
compactos. As opções vão desde lojas menores, balcões de vendas até quiosques.
A Associação Brasileira de Franchising (ABF) estima que os modelos compactos e
quiosques representem 30% do mercado de microfranquias, a maioria do segmento
de serviços, que não necessita de espaço físico ou que não requer espaço
delimitado.

Segundo Roberto Feijó, diretor de inteligência de mercado
da ABF, as marcas que ainda não desenvolveram um modelo compacto do negócio
estão estudando essa possibilidade. "As redes buscam oportunidades. Sai na
frente quem criar primeiro. Talvez este seja o momento". Ele conta que até
nos shoppings, onde a resistência era maior aos modelos compactos, houve um
crescimento de 10% a 15% no número de quiosques nos últimos cinco anos.

Aposta em compactos

Entre os exemplos de marcas que apostam em compactos está
a rede de fast food Bob’s, que criou o conceito BExpress. O modelo envolve desde
estações com 2 m2 até lojas compactas com 30 m2. "O metro quadrado hoje é
disputadíssimo. E a maior parte do custo do investimento é na locação",
diz Marcelo Farrel, gerente e diretor do Bob´s. Segundo a empresa, a loja
compacta, de 30 m2, exige investimentos de cerca de R$ 300 mil. A estação de
trabalho custa ao redor de R$ 20 mil.

Marcas que operam apenas em quiosques, como a Nutty
Bavarian, que vende nozes glaceadas, têm sofrido com o aumento de custos da
matéria-prima e mão de obra no país. Por isso optou em criar quiosques
segmentados e maiores, que vendem produtos com maior valor agregado.
"Criamos produtos para o consumidor presentear, levar para casa ou para as
empresas ofertarem de brinde”, afirma o CEO da empresa, Daniel Miglorancia.

A Fitta Turismo, casa de câmbio, é outro exemplo de franquia
que está testando o modelo de corner (canto) para escapar de custos com
aluguel.Para o presidente Rodrigo Macedo, o modelo, que diminuiu o investimento
pela metade, é alternativo e deve crescer. Já o Grupo Multi desenvolveu
unidades compactas da escola de idiomas Wizard para cidades pequenas, com 50
mil habitantes, e também o modelo mini, que pode ser instalado dentro de outros
empreendimentos.