Nos últimos cinco anos, de acordo com dados do setor, o consumo de gás natural automotivo (GNV) caiu 56% no estado de São Paulo. Ao mesmo tempo, o número de carros convertidos teve uma queda mensal de 2,3 mil para 141. No total, mais de 195 mil carros deixaram de circular com GNV no estado desde 2008. Para tentar reverter esse quadro, no final de agosto, uma frente parlamentar composta por diretores da Gás Brasiliano e Gás Natural Fenosa pleiteou, junto à Secretaria Estadual da Fazenda, a redução do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) para a compra de carros com esse tipo de combustível. Segundo o deputado estadual Orlando Morando (PSDB), líder da frente parlamentar, o consumo de GNV está estagnado, sobretudo pela competição com a gasolina e o etanol. "O que falta para São Paulo é um incentivo ao crescimento do combustível", avaliou o superintendente da Agência Regulatória de Saneamento e Energia de São Paulo (Arsesp), Claudio de Faria Muller, ressaltando, inclusive, que o estado conta com o menor preço de fornecimento do metro cúbico por quilômetro rodado, junto com Pernambuco. Conforme os representantes do setor, o preço médio do quilômetro rodado de gasolina custa R$ 0,27, frente a R$ 0,249 do etanol e R$ 0,137 do GNV. Atualmente, a redução do IPVA em São Paulo é de 25%, mas exclusiva para veículos com gás natural veicular (GNV), ou combinados com etanol ou eletricidade. Porém, é pouco se comparado a outros estados da Federação, segundo o diretor de marketing, planejamento e suprimento de gás da Comgás, Sérgio Luiz da Silva. "No Rio de Janeiro, o desconto chega a 75% do IPVA e no Paraná, a 40%", diz. O diretor de fiscalização da Secretaria da Fazenda, Luiz Claudio Rodrigues de Carvalho, afirmou que levará a reivindicação ao secretário Andrea Calabi, mas disse que a decisão deverá ser ‘política’, uma vez que, com relação à gasolina, "o GNV já conta com uma carga tributária menor".