O aprimoramento do sistema público de escrituração fiscal para o meio digital, ao mesmo tempo em que facilitou as obrigações acessórias, trouxe novos desafios para a rotina contábil de empresas de todos os portes e categorias econômicas. Por isso, hoje, mais do que nunca, o empresário precisa ter conhecimento profundo da situação econômico-financeira do seu negócio, e, sobretudo, precisa dispor de com uma boa contabilidade para adequar-se às inúmeras exigências dos órgãos administrativos. De acordo com o presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis de São Paulo – Sescon-SP, Sérgio Approbato Machado Júnior, ao escolher um escritório ou profissional para fazer a contabilidade do seu negócio, é fundamental que o empreendedor procure por qualidade. Ressaltando que a busca pelo menor preço pode ser uma grande cilada, ele lembra que a indicação e referências de amigos ou conhecidos que já se utilizaram dos serviços da empresa em questão é uma boa alternativa. E, para não incorrer em riscos, “verifique também a situação da organização junto ao conselho regional de contabilidade do seu estado”, recomenda. Uma boa conversa com o representante da empresa contábil, pontuando o que a organização deseja e pedindo dicas da prestação de serviços, além de visitar a organização contábil, também é importante. Com essa aproximação, segundo Sérgio, é possível identificar o perfil do prestador de serviços, detectando como a empresa lida com o seu segmento, com quantos clientes do setor já trabalhou, dificuldades e alternativas para o setor etc. Como os valores podem variar bastante de acordo com os serviços demandados e não há uma tabela de preços e serviços definida, “até mesmo porque essa prática é ilegal”, antes de contratar o escritório, o presidente do Sescon aconselha fazer uma pesquisa de mercado, levando-se em conta, claro, o leque de serviços prestados e o custo-benefício que ele terá para o crescimento da empresa. Para ele, que há mais de 25 anos também atua como empresário do segmento, a relação entre a empresa de contabilidade e o revendedor deve ser próxima, já que, hoje, “a contabilidade ocupa um papel estratégico para as organizações, auxiliando nos processos de gestão e nas tomadas de decisões corporativas”. Por isso, ao fechar um contrato – o qual, aliás, é obrigatório – deve ficar estabelecido os direitos e deveres do tomador e do prestador, o escopo dos serviços a serem executados e os itens que abrangem o honorário pago. “Uma boa assessoria contábil sempre dá este suporte a seus clientes, informando a criação de novas obrigações acessórias pelo governo, lembrando as datas para o cumprimento das exigências fiscais e até mesmo sobre uma nova legislação importante”, ressalta. Contudo, o empresário também precisa conhecer minimamente os tributos e os encargos que incidem na atividade de sua empresa e deve acompanhar o recolhimento dos valores. Assim, solicite periodicamente à empresa contábil a certidão negativa dos principais órgãos (Receita Federal, Secretaria da Fazenda e Prefeitura Municipal), que é um dos indicativos de que a empresa não possui pendências. É bom, também, pedir com frequência um balancete, e, se possível, faça reuniões mensais. Se notar irregularidades no serviço de contabilidade, denuncie o escritório ao Conselho Regional de Contabilidade (CRC).