por Márcia Alves

A Petrobras completou 60 anos de história.
Fundada em 1953 por Getúlio Vargas, a empresa fez parte da estratégia política
de intervenção do Estado na economia, cujo objetivo era centralizar a
exploração de petróleo no país. Vale lembrar que, por volta da década de 40, a
campanha “o petróleo é nosso” era bastante popular no Brasil. A Petrobras
recebeu o acervo do Conselho Nacional de Petróleo (CNP), então responsável pela
condução das atividades do setor, que consistia em duas refinarias e produção
diária de 2,7 mil barris de petróleo.

Hoje, as reservas provadas da empresa no
Brasil são de 15,7 bilhões de barris de óleo equivalente (petróleo e gás
natural), além de descobertas que podem, no mínimo, dobrar esse volume nos
próximos anos. A companhia tem 12 refinarias em operação, duas em implantação e
outras duas em fase de projeto. A meta da Petrobras é dobrar a atual produção
de petróleo até 2020, chegando a 4,2 milhões de barris por dia.

No total, nove plataformas serão entregues
à Petrobras, com capacidade de produção somada de 1 milhão de bpd. Na área de refino,
a empresa também planeja um grande salto. A produção de derivados, como diesel,
gasolina e querosene de aviação, subirá dos atuais 2,1 milhões de barris por
dia para 3 milhões bpd em 2020.

Desafios atuais

Utilizada pelo governo como meio de controle
da inflação, a Petrobras tem enfrentado desafios para se manter capitalizada. No
último ano, sua classificação de risco foi rebaixada por uma agência
internacional, que detectou o endividamento muito acima do aceitável. Se ao
longo dos últimos 60 anos a Petrobras priorizou diversas áreas, como refino
(nas décadas de 60 e 70), depois petroquímica e fertilizantes, hoje a
prioridade é a exploração de petróleo. Mas a Petrobras possui um enorme
programa de investimentos à frente ainda, o que leva a crer que ainda superará
sua crise.

Um pouco da história

A partir da segunda década do século 20, 
o interesse de alguns órgãos públicos em investir em pesquisas na área de
petróleo ganhou impulso na década de 30. Naquela época, com a determinação de
que as explorações deveriam ser feitas somente por brasileiros (1938), surgiu o
CNP, cujo principal objetivo era avaliar os pedidos de pesquisa e as atividades
extrativistas de exploração do petróleo.

Com a atividade constante e crescente do
petróleo, alguns acreditavam que era melhor abrir as ações ao capital
estrangeiro a fim de ampliar as técnicas petrolíferas, e outros insistiam no
monopólio estatal e na criação de uma empresa nacional que centralizasse a
exploração do petróleo. Daí porque a União Nacional dos Estudantes (UNE) lançou
a campanha “O petróleo é nosso”, que ficou conhecida em todo o país.





















Com sede no Rio de Janeiro, a Petrobras
herdou as refinarias do CNP. E, daí por diante, recebeu investimentos no
aumento de produção. Em 1975, por exemplo, a empresa se tornou líder na
comercialização de derivados de petróleo (posição mantida até hoje). Em 1974,
descobriu outras reservas de petróleo, como a Bacia de Campos, sul do Espírito
Santo, e o pré-sal.