por Márcia Alves

A retração da economia, com a perda do poder compra, o aumento de desemprego e os juros elevados, refletiu no mau desempenho do varejo, que teve queda de 4,3% em 2015, mas não impediu o segmento de conveniência de crescer. Na contramão da crise, o segmento aumentou seu faturamento em 11,5%, atingindo R$ 6,8 bilhões, e expandiu em 2,3% o número de lojas, fechando o ano com 7.366 unidades.

O grupo de lojas das associadas ao Sindicato das Distribuidoras de Combustíveis (Sindicom) aumentou seu faturamento em 13,1% e ampliou seu share de 41%, em 2011, para 60%, em 2015, com um total de 4.409 lojas (408 a mais que em 2014). Já o faturamento de outras bandeiras e das lojas sem bandeira foi 8,8% maior que no ano anterior. Nesse período, o ticket médio do segmento saltou de R$ 9,06, em 2014, para R$ 11,10, em 2015 (23% maior), apesar da redução de 8% no número de transações (menor número de clientes gastando mais).

A aposta do segmento de conveniência no food service se mostrou acertada no último ano. Esse mercado, de acordo com Instituto de Foodservice do Brasil, apresentou alta de 6,2% em suas vendas em 2015 e neste ano projeta crescer 7,7%. Segundo levantamento do Anuário Sindicom 2016, a categoria Food Service representou, em 2015, 17,4% do faturamento das lojas do grupo vinculado ao sindicato das distribuidoras.

No capítulo dedicado à conveniência, o anuário aponta algumas tendências e oportunidades para o segmento, como o investimento em promoções. Segundo recente levantamento divulgado pela Nielsen, 52% dos consumidores compraram mais quantidade de produtos quando os encontraram em promoção. Os programas de pontos e fidelidade também são importantes para aumentar o consumo das lojas, assim como as ofertas de “combos” no food service e os alimentos e bebidas saudáveis.

A Nielsen também produziu estudo sobre as categorias de produtos mais consumidos nas lojas, revelando que a tabacaria ocupa o primeiro lugar no quesito faturamento, respondendo por 37,8%. Esta categoria é apontada como principal geradora de tráfego. Em todo o mercado de conveniência, as bebidas não alcoólicas foram a segunda categoria com maior participação no faturamento (21,3%), seguida das cervejas (20%), bomboniere (8,3%), snacks e biscoitos (4,7%), sorvetes (4%) e bebidas destiladas (1,4%).